Membros de uma igreja batista na Nigéria foram sequestrados durante um ataque ao culto de domingo (19), semanas depois que o atentado a uma igreja católica no país deixou cerca de 40 mortos.
Os homens armados também atacaram uma igreja católica na mesma região, em Kajuru, no estado de Kaduna, matando três cristãos.
Na manhã de domingo, os fiéis estavam participando do culto na Igreja Batista Maranatha e da missa na Igreja Católica St. Moses, na comunidade Rubu, quando foram surpreendidos pelos criminosos, que cercaram as duas igrejas, localizadas na mesma área.
“Antes que os crentes percebessem, eles já os aterrorizavam; alguns começaram a atacar dentro da igreja e outros seguiram para outras áreas. A maioria das vítimas sequestradas são da Igreja Batista, enquanto os três mortos eram católicos”, relatou Usman Danladi, um morador local.
Os ataques tiveram como alvo quatro aldeias de Kajuru, resultando em casas destruídas e um número indeterminado de moradores sequestrados.
A Associação Cristã da Nigéria condenou os atos terroristas de domingo e afirmou que as igrejas do estado de Kaduna se tornaram alvos de grupos armados.
“É muito lamentável que, quando ainda não saímos do luto dos mortos em Owo, há dois domingos, outro aconteceu em Kaduna. Tornou-se uma dízima periódica”, declarou o pastor Adebayo Oladeji, porta-voz da associação, à Associated Press.
Os autores dos ataques às igrejas ainda não foram identificados. O estado de Kaduna, de maioria cristã, é um dos mais atingidos pela onda de violência que varre a Nigéria.
Número de sequestros aumenta a cada dia
Diariamente, várias pessoas são sequestradas no país africano. Grupos extremistas islâmicos como Boko Haram, pastores de cabra fulanis e outros grupos armados que operam no Norte e Centro da Nigéria fazem do sequestro uma forma de negociação.
Os cristãos são alvos frequentes por causa da fé em Jesus. Só em 2021, mais de 2.500 cristãos foram sequestrados por motivos relacionados à fé.
Esse número cresceu bastante em relação ao ano anterior, que contabilizou 990 sequestros, conforme dados da Lista Mundial de Perseguição.
Na tentativa de diminuir os sequestros, o Senado da Nigéria criou uma lei, no mês passado, que pode punir aqueles que pagam resgates para libertar reféns.
A resolução define 15 anos de prisão para quem paga resgaste e pena de morte para sequestradores quando, no caso de crianças, a vítima morre.