O governo do Paquistão decidiu que os estudantes não muçulmanos não serão mais obrigados a estudar o Islã nas escolas do país.
A informação foi dada pelo Ministério da Educação Federal e Formação Profissional, que divulgou, no início de fevereiro, um novo currículo a ser implementado no ano letivo de 2024-2025. Com isso, fica eliminada a obrigatoriedade dos estudos islâmicos para os alunos cristãos.
Em breve, os estudantes do primeiro ao 12º ano terão a opção de estudar a religião de sua família.
Essa medida representa um passo importante em direção à liberdade religiosa no Paquistão, onde os cristãos frequentemente enfrentam leis de blasfêmia, violência pública e pressões relacionadas a casamentos e conversões forçadas.
Ensinamentos de Jesus
O currículo escolar destinado aos estudantes cristãos compreende um estudo amplo da Bíblia, abordando a vida e os ensinamentos de Jesus, as principais crenças cristãs, a história da Igreja e um estudo de figuras inspiradoras do Cristianismo.
Além disso, os alunos estudarão a influência do Cristianismo no Paquistão, com foco principal no ministério do Apóstolo Tomé e sua contribuição na região do Sul da Ásia.
O currículo também engloba lições sobre valores cristãos, incluindo o martírio. Os estudantes cristãos serão instruídos sobre figuras exemplares da fé, como Shahbaz Bhatti, ex-Ministro das Minorias do Paquistão, que foi tragicamente assassinado em 2011 por defender os cristãos perseguidos no país.
Educação igualitária
Anjum James Paul, presidente da Associação de Professores das Minorias do Paquistão, declarou:
“Esta é uma grande vitória para as minorias religiosas do Paquistão, pois temos lutado por uma educação igualitária nas últimas duas décadas. Depois de apelar a vários governos, instituições e tribunais superiores, o governo do Paquistão reconheceu finalmente este direito dos estudantes pertencentes a minorias e os isentou de estudar o Islã como uma obrigação.”
Apesar do alívio que o novo currículo proporciona às minorias religiosas no Paquistão, existem vários desafios a serem superados. Dado que o país é predominantemente muçulmano, será necessário um período para que os professores recebam a formação adequada para o novo currículo e para que um manual de estudos cristãos seja aprovado.
“A ICC ora para que estudantes, professores e administradores muçulmanos conheçam Cristo através disso”, escreveu a organização cristã.