O pastor iraniano Matthias Haghnejad foi preso após ser condenado por "agir contra a segurança nacional", em um julgamento sem audiência judicial prévia. A defesa descobriu que o caso teve a interferência injusta do líder supremo do Irã, o aiatolá Khamenei.
A prisão do pastor, que aconteceu em fevereiro passado, foi feita por membros da Guarda Revolucionária Islâmica. Os agentes invadiram a igreja de Haghnejad após um culto, prendendo-o junto com mais oito membros.
O líder supremo do Irã concedeu aos juízes que analisam a permissão especial do caso de Haghnejad para contornar os procedimentos judiciais e lançar os homens na cadeia sem o devido processo legal.
A decisão sobre a prisão de Haghnejad foi dada pelo juiz Mohammed Moghiseh, conhecido por cometer erros judiciais, particularmente contra os cristãos.
Em uma ação chocante, o juiz recusou ao pastor a oportunidade de escolher sua própria representação legal e o transferiu para a prisão de Evin, em Teerã, rapidamente.
O pastor Haghnejad disse que passará os próximos cinco anos simplesmente pregando o evangelho na prisão.
Juiz anticristão
Falando à Christian Solidarity Worldwide (CSW) sobre o caso, uma fonte próxima ao julgamento disse que o juiz Moghiseh estava agindo em seu flagrante viés anticristão.
"Parecia que o juiz já havia tomado sua decisão e permitido esse processo como uma formalidade antes de pronunciar uma sentença pré-determinada", observaram.
Em resposta à decisão, o líder da equipe de assuntos públicos da CSW, Kiri Kankhwende, disse que as acusações feitas contra os homens eram "excessivas, completamente infundadas e constituem uma criminalização de uma religião que a constituição iraniana reconhece".
O Irã está listado como o nono lugar mais perigoso do mundo para se viver como cristão, com a Portas Abertas dos EUA classificando o nível de perseguição como "extremo".
Pregação ilegal
Segundo a lei islâmica do país, é ilegal pregar em persa e assediar aqueles que não são cristãos.
"Os cristãos de origens muçulmanas geralmente mantêm sua fé em segredo", explica a instituição. “Líderes de grupos cristãos convertidos foram presos, processados e receberam longas sentenças de prisão por 'crimes contra a segurança nacional'.”
Além disso, o Portas Abertas observa que as igrejas domésticas subterrâneas são “monitoradas e frequentemente invadidas” com “dezenas de cristãos presos em condições terríveis” como resultado.
"É permitido aos cristãos das igrejas armênia e assíria praticarem sua fé abertamente, mas ainda enfrentam discriminação, e é ilegal para eles compartilhar o evangelho com os muçulmanos”, explica a organização.