Policiais invadem culto e prendem membro de igreja na China

As autoridades acusaram os membros da Igreja Early Rain Covenant de realizar uma “reunião ilegal”.

Fonte: Guiame, com informações de Radio Free AsiaAtualizado: terça-feira, 16 de agosto de 2022 às 15:05
Policiais invadiram um culto da Igreja Early Rain Covenant, no domingo (14). (Foto: Cortesia/Radio Free Asia).
Policiais invadiram um culto da Igreja Early Rain Covenant, no domingo (14). (Foto: Cortesia/Radio Free Asia).

Policiais invandiram um culto e prenderam um membro da igreja perseguida Early Rain Covenant (ERCC) na província de Sichuan, na China, no domingo (14).

De acordo com a Radio Free Asia (RFA), mais de 50 cristãos estavam reunidos em uma casa de chá, em Chengdu, quando foram surpreendidos por cerca de 30 policiais uniformizados e à paisana.

As autoridades acusaram o grupo de realizar uma “reunião ilegal”, afirmando que a igreja é era uma "organização ilegal", que já havia sido proibida pelo govero comunista.

Segundo Wang, um dos membros que estava presente no culto, a polícia cercou o grupo e pegou os dados pessoais de todos.

"Por volta das 10h30, cerca de 22 ou 23 policiais uniformizados e cerca de oito ou nove policiais à paisana nos cercaram. Eles nos cercaram em dois círculos; um círculo ao redor do nosso grupo e outro ao redor de todo o pátio [da casa de chá]”, relatou ele.

Outro membro, que preferiu não se identificar, relatou que o irmão Xing Hongwei estava do lado de fora da casa de chá, esperando pela esposa e o filho, quando os policiais chegaram e também pediram sua identidade.

Agressão policial contra membro

Xing perguntou porque ele estava sendo revistado já que não estava participando do culto. Os policiais não gostaram do questionamento e responderam com violência.

"A polícia atacou Xing Hongwei porque ele não estava disposto a cooperar quando solicitado por seus dados pessoais, e então houve uma briga física. A polícia empurrou Xing para o chão, dizendo que ele havia agredido um policial e o levaram embora”, afirmou Li, membro da igreja.

Segundo a RFA, Xing foi levado para uma delegacia fora de Chengdu e até às 23h de domingo ainda não havia sido libertado.

Para Bob Fu, presidente do grupo de direitos cristãos China Aid, a operação policial feriu os direitos religiosos dos membros da Early Rain Covenant.

“A Igreja foi fundada pelo pastor Wang Yi, que fez um sermão no púlpito pedindo a Xi Jinping que pare de violar a constituição chinesa com a repressão à liberdade religiosa", lembrou Bob.

E acrescentou: “Esta incursão na reunião de domingo foi mais uma forma séria de perseguição”.

Igreja fortemente perseguida

De acordo com o International Christian Concern, os membros da igreja doméstica são frequentemente perseguidos pelo governo chinês, porque a ERCC é vista como uma “seita” pelas autoridades locais. 

Muitos fiéis já foram persuadidos a deixar a fé cristã no seu local de trabalho, na escola, pelo locatário de suas casas de aluguel. 

Em agosto do ano passado, policiais invadiram a casa de um dos membros da igreja, durante um culto doméstico, e prenderam 28 cristãos, incluindo 10 crianças. 

Os casamentos e funerais da Early Rain Covenant Church costumam ser acompanhados pela presença de policiais locais. 

O pastor da ERCC, Wang Yi, um ex-advogado e ativista, foi condenado a 9 anos de pirsão por “subversão contra o poder do estado” e “gestão de um negócio ilegal”, em dezembro de 2019.

A esposa e o filho do pastor Wang foram isolados do restante da congregação e são monitorados de perto pelas autoridades.

 

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