Sobe em 30% o número de cristãos presos injustamente na Eritreia

Os prisioneiros são levados para locais isolados, submetidos a terríveis condições e os parentes não têm acesso a eles.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: quarta-feira, 20 de julho de 2022 às 15:07
Cristãos eritreus enfrentam perseguição vinda do governo e da população. (Foto: Portas Abertas)
Cristãos eritreus enfrentam perseguição vinda do governo e da população. (Foto: Portas Abertas)

A vida dos cristãos na Eritreia está ficando cada vez mais difícil. O país que é conhecido por seu histórico de desrespeito aos direitos humanos continua sendo um dos piores lugares do mundo para os seguidores de Jesus.

Sob o fogo cruzado do governo e as autoridades locais, é possível observar que o número de cristãos presos injustamente aumentou em mais de 30% em relação ao ano passado.

Conforme a Lista Mundial da Perseguição 2022, a violência e a pressão contra os fiéis também tem sido observada por lá. 

Eritreia — Coreia do Norte da África

Um dos casos que ainda se encontra sem solução é do pastor da Igreja Kale Hiwot, que foi detido no final de janeiro. Ele foi levado para a delegacia da capital, mas não há informações sobre o motivo da prisão.

Conforme a Portas Abertas, há pessoas trabalhando para descobrir informações sobre a família e idade do pastor, para entender a motivação das autoridades ao prender o líder cristão.

A Eritreia é conhecida como a “Coreia do Norte da África”, por sua repressão aos religiosos. É comum ver as autoridades prendendo todos os suspeitos de envolvimento em “reuniões cristãs ilegais”, sem garantia dos direitos humanos e das leis constitucionais. 

Conheça a história de um cristão eritreu perseguido:

Cristãos presos injustamente

Há mais de 1.000 cristãos presos no país sem nenhuma acusação formal. Há 20 anos, o governo da Eritreia reconheceu apenas quatro religiões no país: o islã e as igrejas ortodoxa, católica e luterana. 

Os que não fazem parte desses grupos estão em risco de perseguição severa nas mãos do Estado. Além disso, o governo proibiu todas as igrejas que não haviam solicitado registro em 1997, e aquelas que se candidataram depois nunca receberam resposta às suas solicitações. 

Desde então, milhares de cristãos suspeitos de praticar a fé fora desses regulamentos instituídos pelas autoridades do país foram presos.

Presos, isolados e maltratados

De acordo com a organização, os cristãos presos podem passar meses e até anos em condições horríveis. Além disso, os membros da família, muitas vezes, não têm acesso a eles. 

Não é incomum que os parentes nem fiquem sabendo onde seus entes queridos estão presos. 

Para ser levado à prisão, na Eritreia, não é preciso cometer nenhum crime, basta que a pessoa seja descoberta frequentando uma igreja doméstica secreta. No caso dos homens, são mais propensos a espancamentos, trabalho forçado e até mesmo a morte.

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