De acordo com David Curry, presidente e CEO da Portas Abertas nos EUA, a perseguição aos cristãos na China não para de aumentar. “Está ficando pior”, ele enfatizou.
Sobre a situação de crianças e jovens, ele disse que a lei chinesa não permite que pessoas menores de 18 anos frequentem uma igreja. “Sendo assim, os pais têm que discipliná-los ou oferecer algum tipo de estudo bíblico de forma secreta”, revelou.
“Há jovens que nem conseguem entrar numa faculdade por terem frequentado algum tipo de estudo bíblico, outros não conseguem emprego. Existem repercussões para quem não segue a lei”, ele explicou.
Pandemia como desculpa para perseguir cristãos
A pandemia deu ao governo uma desculpa para perseguir ainda mais os cristãos. “Embora todas as igrejas tenham fechado durante a pandemia, algumas foram forçadas a não abrir mais e, dessa forma foram eliminadas silenciosamente”, diz o relatório da Portas Abertas.
“Os líderes cristãos são geralmente o principal alvo da vigilância do governo, e alguns deles foram sequestrados”, continua o relatório.
“Os convertidos de origem muçulmana ou budista de grupos étnicos minoritários provavelmente enfrentam as mais graves violações da liberdade religiosa, porque são perseguidos, não apenas pelas autoridades, mas também por suas famílias e comunidades”, contou Curry.
“Estão lentamente estrangulando a fé cristã”
O relatório reforçou que os cristãos estão enfrentando uma pressão crescente das autoridades chinesas, em parte devido ao sistema de vigilância “mais opressivo e sofisticado” do mundo.
“O presidente do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping, sabe que não pode eliminar os cristãos do país”, disse Curry ao mencionar que há uma estimativa de 96 milhões de cristãos na China.
“E então ele está lentamente estrangulando a fé cristã, e ele está fazendo isso com vigilância de alta tecnologia. Eles assistem e rastreiam todo mundo no que estão fazendo, através de reconhecimento facial e outras coisas”, revelou.
A China tem câmeras em cada restaurante, em todas as ruas e até mesmo dentro das casas de algumas pessoas. “Dessa forma, eles têm a capacidade de rastrear e avaliar o comportamento de todos”, disse ainda.
Cristãos não são “bons comunistas”
Os cristãos na China só podem frequentar igrejas “aprovadas pelo governo” e que funcionam da seguinte forma: seguindo regulamentações pesadas, como a edição de sermões. Por causa disso, muitos cristãos frequentam igrejas clandestinas ilegais.
“Os cidadãos que vão à igreja com muita frequência não são bons comunistas, portanto, eles devem perder o emprego e são proibidos de fazer uma série de coisas”, resumiu Curry.
“Tudo o que eles fizeram para sofrer essas punições foi estudar a Bíblia. Isso está acontecendo agora na China”, concluiu.