Após passar cerca de cinco anos na prisão, o cristão acusado de blasfêmia, Nadeem Samson (nome fictício por razões de segurança), foi libertado após pagar fiança.
De acordo com o advogado de Nadeem, é a primeira vez que isso acontece na história judicial do Paquistão. A libertação da prisão preventiva, porém, não significa que ele foi absolvido.
Os tribunais locais são conhecidos por rejeitar regularmente os apelos de fiança das vítimas da lei de blasfêmia, especialmente quando as acusações feitas são graves e puníveis com pena de morte.
Entenda o caso
Preso em novembro de 2017, Nadeem foi acusado de blasfêmia após uma discussão sobre pagamento de aluguel de uma propriedade.
O caso permanece pendente no Tribunal Distrital de Lahore, onde um resultado pode levar anos. Porém, Nadeem não está totalmente seguro fora dos muros da prisão.
A blasfêmia é uma questão volátil para a maioria muçulmana do Paquistão, o “crime” resulta em pena de morte. As leis são usadas para acertar contas ou para atingir aqueles que pertencem às minorias religiosas, como o cristianismo.
Outro caso semelhante
Neste mês de janeiro, um Tribunal de Sessão em Rawalpindi condenou o pastor protestante Zafar Bhatti à morte por enviar mensagens de texto com blasfêmias, uma acusação que ele nega.
O cristão falsamente acusado de blasfêmia chegou a ser torturado para confessar o crime. O advogado de defesa disse que não há nenhuma evidência para sua condenação.
“Na verdade, todas as evidências físicas e eletrônicas sugerem que ele realmente é inocente”, afirmou o advogado. O Guiame divulgou na quarta-feira (26), que ele pode ser enforcado nas próximas semanas.
Bhatti havia apelado para uma sentença de prisão perpétua proferida por um tribunal em 2017. O líder cristão de 56 anos foi preso e detido em 2012, o que faz dele o prisioneiro sob acusação de blasfêmia com a pena mais longa do Paquistão.