Um grupo de oito evangelistas no Paquistão foi solto milagrosamente da prisão, após passarem dias orando e jejuando no cativeiro.
O caso aconteceu em 2017 no extremo oeste do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão.
Os jovens haviam acabado de concluir o discipulado e estavam fazendo sua primeira viagem missionária. Antes de chegarem ao destino, o pneu de sua van furou em uma região muçulmana, perto de um mercado local.
Enquanto o pneu era trocado, os cristãos aproveitaram a oportunidade para distribuir folhetos aos moradores, porque sabiam que muitos lutavam contra o vício em drogas.
Um grupo de homens interessados no Evangelho se reuniu em volta de uma dos evangelistas, chamado Haroon, que pregou e os convidou para colocarem sua fé em Cristo.
Porém, oficiais da polícia secreta chegaram no local e detiveram os cinco homens do grupo e os levaram para a delegacia. O restante, três mulheres, seguiram em outro veículo.
Os policiais confiscaram os pertences dos evangelistas, incluindo computadores, Bíblias e cartões de memória.
Os cinco jovens foram interrogados em uma sala durante uma hora, sofrendo violência verbal.
“Você veio espalhar o cristianismo aqui? Você quer que todas as pessoas se tornem cristãs!”, questionou um dos policiais.
Tortura e interrogatórios
Os evangleistas foram detidos por 52 dias, sofrendo tortura por pregar o Evangelho, no Paquistão. (Foto: Voice of the Martyrs Australia).
Logo depois, soldados armados colocaram sacos nas cabeças dos cristãos e os levaram para outro local. Transferidos para vários lugares diferentes, os evangelistas enfrentaram tortura, espancamento e mais interrogações.
Haroon, o líder do grupo, ficou com medo e começou a clamar: “Por favor, nos ajude, Deus”.
Nos dias seguintes, os evangelistas foram ameaçados e ordenados a negarem sua fé cristã. “Se você aceitar o Islã, eu o perdoarei. Mas se você não aceitar o Islã, nós o mataremos. Vamos cortá-lo com uma faca e jogá-lo no rio”, disse um oficial a Harron.
Mas, o cristão não se intimidou com as ameaças e respondeu: “Estou pronto para morrer. Eu não vou deixar Jesus Cristo. Ele é meu Salvador, e eu sou seu filho, e Ele me libertará”.
Os cinco evangelistas foram mantidos em celas escuras, onde dormiam no chão de concreto.
Nas sessões de tortura, eles foram chicoteados, espancados com paus e forçados a ficarem na mesma posição por horas. Quando os cristãos afirmavam que permaneceriam fieis a Jesus, a tortura era intensificada.
“Estávamos com muito medo. Eles nos disseram que passaríamos seis ou sete anos na prisão e nossas famílias não sabiam onde estávamos”, contou Atish.
Orando e jejuando no cativeiro
Então, o grupo iniciou um propósito de oração e jejum por sua libertação. Eles acordavam às 5h da manhã todos os dias para orarem juntos, com um deles jejuando a cada dia.
“Estávamos orando ao Senhor: ‘Não sabemos onde estamos, mas, por favor, libere seu favor para que possamos sair'”, lembrou Atish, acrescentando que também oravam pelas três mulheres do grupo.
Depois de 52 dias de cativeiro, os policiais levaram os homens para o alto de uma montanha e ordenaram que se ajoelhassem.
Atish chegou a pensar que eles seriam mortos ali. Entretanto, os soldados ordenaram que eles contassem até 500 e foram embora.
“Começamos a louvar e adorar a Deus. Esse dia foi muito emocionante para mim. Deus nos ajudou e respondeu às nossas orações”, testemunhou Haaron.
“Estou pronto para morrer por Jesus”
Após conseguir uma carona na estrada, os cinco evangelistas voltaram para casa. As mulheres ficaram detidas na delegacia por uma semana e sofreram apenas agressão verbal.
Haroon e Atish voltaram para o trabalho ministerial, mesmo enfrentando ansiedade e medo de serem perseguidos outra vez.
“Tive pesadelos e me preocupei que a mesma coisa pudesse acontecer conosco novamente”, revelou Haroon.
E Atish comentou: “Às vezes fico corajoso e às vezes isso me assombra. Eu diria que somente a oração lhe dá força nessas provações”.
Mesmo com sua família tentando lhe convencer a não continuar no ministério, Haroon continuará servindo ao Senhor. “Estou pronto para morrer por Jesus Cristo”, ressaltou ele.