Duzentas famílias cristãs no Paquistão estão desabrigadas, após o governo ter demolido suas casas e a igreja da comunidade.
No dia 18 de outubro, as autoridades da capital Islamabad destruíram as residências da área predominantemente cristã, chamada de Nawaz Sharif Colony, de acordo com o Centre for Legal Aid, Assistance and Settlement (CLAAS-UK).
O governo não emitiu nenhum aviso aos moradores antes da demolição e não deu tempo para as famílias retirarem seus pertences. Ninguém ficou ferido durante a ação.
“Esses cristãos perderam tudo – suas casas e todas as suas posses. Muitos deles vivem na colônia há anos, criando suas famílias e investindo suas economias na construção e manutenção de suas casas”, afirmou Nasir Saeed, diretor do CLAAS.
Ele acrescentou que a demolição aconteceu logo após as enchentes, que devastaram o Paquistão e deixaram o país em estado de emergência. As 200 famílias cristãs ainda permanecem desabrigadas.
“É imperativo que o governo paquistanês compense financeiramente os cristãos que perderam suas casas e forneça a eles outro lugar para morar”, defendeu Saeed.
A residência de uma ex-vereador paquistanesa, Sabra Saeed Athwal, também foi demolida. Para ela, a ação foi um “ato criminoso” e expressou preocupações de que outras colônias cristãs, como Akram Gill e Rimsha, também sejam destruídas.
Sabra disse que suspeita que extremistas muçulmanos possam ter pressionado as autoridades para demolir a casa dos crentes.
“Essa injustiça aconteceu quando os cristãos no Paquistão e em todo o mundo se preparam para celebrar o Natal em apenas algumas semanas”, observou ela.
Perseguição no Paquistão
Falsas acusações de blasfêmia no Paquistão são comuns e frequentemente motivadas por vinganças pessoais ou ódio religioso.
As acusações altamente inflamatórias têm o potencial de desencadear linchamentos de multidões, assassinatos de vigilantes e protestos em massa.
O país é um dos maiores países islâmicos do mundo, com 96% de muçulmanos e apenas 2% de cristãos.
O Paquistão ficou em 8° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022 da Missão Portas Abertas.
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