Funcionário cristão é torturado por chefe muçulmano até a morte no Paquistão

Waqas Salamat, de 18 anos, foi morto brutalmente após pedir demissão da fábrica do muçulmano.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: quarta-feira, 12 de junho de 2024 às 12:30
Os pais de Salamat, com uma foto do filho. (Foto: Morning Star News).
Os pais de Salamat, com uma foto do filho. (Foto: Morning Star News).

Um cristão de 18 anos foi torturado pelo seu chefe muçulmano até a morte no Paquistão, denunciou o Morning Star News.

Waqas Salamat havia começado a trabalhar em uma fábrica de garrafas plásticas na área de Islampura, em Lahore, há dois meses.

No início de junho, o cristão pediu demissão para encontrar um trabalho melhor. Porém, seu chefe muçulmano, Haji Muhammad Saleem, não aceitou a saída do funcionário e passou a ameaçar sua família.

No dia 4 de junho, Saleem chamou seus pais na fábrica e os pressionou para fazerem Salamat voltar para o serviço.

"Quando lhe dissemos que ele não queria voltar, Saleem de repente acusou Waqas de cometer um roubo no valor de milhões de rúpias", disse Rubina Salamat, mãe do jovem, em entrevista ao Morning Star News.

"Dissemos a Saleem que nosso filho não era ladrão, mas Saleem se recusou a ouvir. Até pedimos a ele que nos mostrasse qualquer prova que incriminasse Waqas, mas nada foi produzido antes de nós”.

Falsa acusação e ameaças

Então, o muçulmano ameaçou prender o jovem cristão sob a falsa acusação de roubo. Tentando apaziguar o chefe, a mãe disse que, embora seu filho fosse inocente, poderia pagar o suposto valor do roubo em parcelas.

Rubina se ofereceu para pagar as parcelas descontando 7.000 rúpias (25 dólares) por mês do salário do outro filho que também trabalhava na fábrica, Awais, de 13 anos. Em troca, Saleem liberaria Salamat.

Mas, o empregador islâmico rejeitou a oferta e insistiu que o cristão deveria retomar ao trabalho.

Raptado

Na última quinta-feira (6), Salamat foi a uma entrevista de emprego, próximo a fábrica do muçulmano. O filho de Saleem acabou avistando o cristão, avisou o pai e eles raptaram o jovem e o trouxeram para sua fábrica.

“Os trabalhadores da fábrica Shahzad, Bilal e Shani, e os dois proprietários começaram a bater impiedosamente no meu filho com canos de plástico e outros objetos", relatou a mãe.

"Meu filho Awais também estava presente na fábrica e testemunhou todo o episódio, mas não havia nada que ele pudesse fazer para salvar seu irmão mais velho”, acrescentou.

Os agressores ainda torturaram o cristão com choques elétricos. “A tortura foi tão excruciante que meu filho desmaiou. Vendo a situação, Saleem disse ao meu filho Awais para limpar o corpo de Salamat com água e depois correr para casa e nos levar para a fábrica", lembrou Rubina. 

"Assim que Awais me informou, corri em direção à fábrica, mas meu filho já havia sucumbido à tortura. Não havia nada que eu pudesse fazer para salvar a vida dele”, lamentou ela.

Impunidade para os agressores

Os criminosos fugiram antes que a polícia chegasse ao local. "Nossa condição financeira é tal que nem tínhamos dinheiro suficiente para organizar seu enterro. Eu literalmente implorei aos meus parentes que me emprestassem dinheiro para que eu pudesse colocar o corpo do meu filho para descansar”, disse a mãe, em lágrimas.

A polícia prendeu um dos agressores, entretanto, o chefe e seu filho receberam fiança pré-prisão e estão soltos.

“Waqas era meu filho amado e meu maior apoio. Ele sempre me dizia que iria trabalhar muito para facilitar a vida da gente, mas nunca imaginei que ele fosse tirado de mim assim. Sou muito pobre e, com a morte de Waqas, a situação financeira da minha família se deteriorou ainda mais”, desabafou Rubina.

No Paquistão, os empregadores muçulmanos exploram os trabalhadores cristãos pobres, acreditando que eles não conseguirão justiça devido a falta de recursos e status social no país de maioria muçulmana.

O país ocupa a 7ª posição da Lista Mundial da Perseguição de 2024 da Missão Portas Abertas.

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