A escritora e pregadora Jackie Hill Perry, que antes de identificava como lésbica, diz que as igrejas deveriam parar de dizer aos gays que eles se tornarão heterossexuais caso se convertam.
Em seu livro recém-lançado, “Gay Girl, Good God” (Garota gay, bom Deus, em tradução livre), Perry fala sobre o que ela descreveu como "o evangelho heterossexual".
Ela explica: "O evangelho heterossexual é aquele que encoraja os homens e mulheres a irem a Jesus para que possam ser heterossexuais, ou diz que vir a Jesus garante que eles serão sexualmente atraídos pelo sexo oposto".
A pregadora ex-homossexual ressalta: "Geralmente soa como 'posso prometer a você que Ele vai libertá-lo completamente desses desejos se você der sua vida a Jesus, porque Ele ama você'. Ou: ‘Eu conheço um cara que era gay e agora é casado. Jesus fará o mesmo por você se confiar nele’", disse ela sobre promessas que podem frustrar o homem.
Perry, que abandonou a vida de lésbica, agora é casada com um homem e tem duas filhas. Ela adverte que o "evangelho heterossexual" é problemático porque "tende a colocar mais ênfase no casamento como o objetivo da vida cristã do que em conhecer Jesus".
"O que a comunidade gay precisa ouvir não é que Deus os faça héteros, mas que Cristo pode torná-los seus", continua ela.
"Alguém que tenta seguir a heterossexualidade e não a Cristo está tão longe de ter uma posição correta com Deus quanto alguém que busca ativamente a homossexualidade. Eles colocaram sua fé em uma nova 'orientação' em vez de conhecer o Deus vivo", salientou.
Possível frustração
Em um ponto de seu livro, Perry fala sobre como ela acreditou que tinha de ser hétero para que Deus a aceitasse. Ela especulou que tal pensamento explicava por que "a salvação iludiu muitos homens e mulheres atraídos pelo mesmo sexo".
"O erro é este: eles vieram a Deus acreditando que apenas uma parte deles precisava conhecer Deus. Por isso, negligenciaram reconhecer que o restante deles também precisa ser corrigido", disse.
Perry conta que se sentia atraída por mulheres "antes que eu soubesse como soletrar meu nome". Ela cresceu em uma casa sem pai e foi molestada por um parente adolescente do sexo masculino quando criança. Para ela, os homens eram "incapazes de amar" e "inseguros".
Após anos vivendo um estilo de vida promíscuo como lésbica, ela foi conduzida pelo Espírito Santo ao arrependimento e deu sua vida a Cristo aos 19 anos. Embora tenha se casado com um homem, ela deixa claro em seu livro que o casamento não "prova" que ela mudou. Pelo contrário, "o fruto do Espírito fez".