Por volta das 17h desta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro reuniu sua equipe de ministros para fazer um pronunciamento ao vivo no Palácio do Planalto sobre a saída Sergio Moro do Ministério da Justiça, anunciada por volta de das 11 horas da manhã de hoje.
Na coletiva de imprensa, Moro apontou que sua decisão foi motivada por decisões de Bolsonaro que prejudicavam a autonomia do Ministério da Justiça, como ordem para trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo sem uma justificativa plausível.
Porém, em seu pronunciamento, Bolsonaro destacou que a exoneração de Valeixo - anunciada no Diário Oficial, publicado horas antes da coletiva realizada por Moro - foi feita em atendimento de um pedido do próprio Valeixo, que alegava motivos pessoais o motivando a deixar o cargo.
"Ontem numa conferência de imprensa o Sr. Valeixo disse numa videoconferência com seus 27 superintendentes que queria deixar a Polícia Federal desde janeiro", explicou. "Como o sr. Aleixo dizia que queria sair, comecei a fazer consultas com o senhor ministro para fazermos a troca. Porque nós somos homens e ninguém é de ferro"
"Eu nunca pedi para ele o andamento de qualquer professor. Até porque, a inteligência na gestão dele quase perdeu espaço", acrescentou.
Pronunciamento
Em seu discurso, Bolsonaro se defendeu das suspeitas que as declarações de Moro deixaram sobre ele tentar intervir nas investigações da Polícia Federal, que poderiam atingir seus familiares.
"Nunca pedi pra ele que a PF me blindasse onde quer que fosse. Nunca pedi para blindar ninguém da minha família. Jamais faria isso", afirmou.
Porém também destacou que ele tem o direito de exonerar alguém que esteja ocupando um cargo público.
"Não tenho que pedir autorização para ninguém para trocar qualquer diretor da PF ou qualquer outra da linha hierárquica do Poder Executivo", disse.
O presidente expressou sua gratidão à Polícia Federal, devido à elaboração de estratégias que cuidaram de sua segurança após ele sofrer o atentado em 2018.
"Foi a Polícia Federal, com seu trabalho técnico e científico foi a salvação da minha vida. Porque cada esquina que eu passava eles tinham um plano de evacuação", contou. "Devo a minha vida à Polícia Federal e a todos que estavam lá em Juiz de Fora."
Porém Bolsonaro indicou certo desequilíbrio entre o foco que a Polícia Federal deu à investigação do assassinato de Marielle Franco e da tentativa de assassinato que ele sofreu no período eleitoral de 2018.
"A PF de Sérgio Moro mais se preocupou com a Marielle do que com seu chefe supremo. Entre o meu caso e o do Marielle, o meu está bem mais fácil de solucionar. O autor foi preso em flagrante delito", afirmou.
Ao ler um breve discurso, Bolsonaro destacou que ao anunciar sua demissão em coletiva de imprensa, Moro cometeu uma quebra de hierarquia.
“Estou decepcionado e surpreso com o seu comportamento. Não se dignou a me procurar e preferiu uma coletiva de imprensa para comunicar sua decisão”, disse.
Clique no vídeo acima para conferir o pronunciamento completo.