Na ONU, Bolsonaro diz que Brasil abre as portas para religiosos expulsos da Nicarágua

“O Brasil repudia a perseguição religiosa em qualquer lugar do mundo”, diz Jair Bolsonaro em seu discurso na ONU.

Fonte: Guiame, com informações da BBC e CNN BrasilAtualizado: terça-feira, 20 de setembro de 2022 às 18:29
Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU, 20 de setembro de 2022. (Captura de tela/BBC)
Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU, 20 de setembro de 2022. (Captura de tela/BBC)

O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta terça-feira (20), o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, EUA.

Bolsonaro destacou a liberdade de expressão e religiosa, defendida por sua administração.

“Tenho sido um defensor incondicional da liberdade de expressão. Além disso, no meu governo, o Brasil tem trabalhado para trazer o direito à liberdade de religião para o centro da agenda internacional de direitos humanos. É essencial garantir que todos tenham o direito de professar e praticar livremente sua orientação religiosa, sem discriminação.”

Em ataque direto à ditadura de Daniel Ortega, na Nicarágua, Bolsonaro anunciou que o Brasil “abre suas portas para acolher os padres e freiras católicos que têm sofrido cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua”. “Outros valores fundamentais para a sociedade brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero”, declarou.

Em seu Twitter, o presidente reforçou seu compromisso: "O Brasil não assistirá de braços cruzados a mais um episódio dessa perseguição diabólica contra cristãos promovida pela ditadura socialista da Nicarágua. Estamos prontos para acolher padres e freiras perseguidos, facilitando ainda mais seu ingresso e instalação em nosso país."

Pandemia e economia

Sua fala foi pontuada por ações realizadas por seu governo ao longo de quase quatro anos, incluindo a gestão da saúde e a crise econômica em decorrência da pandemia.

Bolsonaro disse que seu governo “não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos e, como tantos outros países, concentramos nossa atenção, desde a primeira hora, em garantir um auxílio financeiro emergencial aos mais necessitados”.

O presidente exaltou o agronegócio, um dos responsáveis por equilibrar a economia e como o setor que participa do comércio externo com a missão de ajudar a alimentar o mundo. Temas como geração de empregos, políticas para estimular o ambiente de negócios e o empreendedorismo também foram citados.

“O Brasil foi pioneiro na implantação do 5G na América Latina”, informou Bolsonaro. “Coroando todo esse esforço de modernização da economia brasileira, estamos avançando, a passos largos, para o ingresso do Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE”.

Corrupção

Candidato à reeleição, Bolsonaro falou de problemas enfrentados pelo país há anos, como a “corrupção sistêmica” e declarou que esse Brasil faz parte do passado.

Pela corrupção na Petrobrás, Bolsonaro disse “delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas”.

Culpou a esquerda que presidiu o Brasil, promoveu o “endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e desvios” que chegaram à casa dos US$ 170 bilhões de dólares.

Refugiados

O presidente lembrou que o “Brasil também tem um longo histórico de participação em missões de paz da ONU. De Suez a Angola, do Haiti ao Líbano, sempre estivemos ao lado da manutenção da paz.”

Bolsonaro falou sobre a “Operação Acolhida”, que recebe os vizinhos da Venezuela que buscam abrigo no Brasil.

“Já são mais de 350 mil venezuelanos que encontraram, em território brasileiro, assistência emergencial, proteção, documentação e a possibilidade de um recomeço. Todos têm acesso ao mercado de trabalho, a serviços públicos e a benefícios sociais”.

Esta foi a quarta vez que Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU, como presidente do Brasil.

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