“Vilipêndio”: Exposição ridiculariza símbolos cristãos na Assembleia de Minas Gerais

Parlamentares cristãos e o Movimento de Valores denunciaram a exposição no espaço cultural da Assembleia Legislativa mineira como agressiva à fé.

Fonte: Guiame, com informações do TempoAtualizado: terça-feira, 20 de setembro de 2022 às 13:31
Obras da exposição 'Deslocamento' foi denunciada por parlamentares cristãos. (Foto: Reprodução/Instagram/Nikolas Ferreira)
Obras da exposição 'Deslocamento' foi denunciada por parlamentares cristãos. (Foto: Reprodução/Instagram/Nikolas Ferreira)

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desmontou, nesta segunda-feira (19), uma exposição em seu espaço cultural que exibia obras consideradas agressivas à fé cristã.

Intitulada “Deslocamento” e inaugurada no último dia 5 de setembro, as obras são do artista plástico Carlos Barroso, que chamou a ação de censura.

Para o deputado estadual Carlos Henrique, que é pastor e integrante da Mesa Diretora da ALMG, a exposição agride a fé alheia.

Sob o título “Cristãos são atacados na Assembleia de Minas”, o parlamentar criticou a mostra em seu perfil no Instagram e disse que usaria seu posto para impedir que “Deslocamento” continuasse aberta à visitação.

“Como Cristão e membro da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Minas, não permitirei esse tipo de exposição. Sou defensor da cultura, mas desde que respeite as pessoas e a lei. Absurdo!”, escreveu o deputado, ao lado de um vídeo gravado no domingo (18).

“O que está acontecendo aqui neste espaço cultural da Assembleia é um crime baseado no artigo 208 do Código Penal: vilipendiar objetos de culto da religião”, diz o parlamentar, enquanto aponta algumas das obras.

“Aqui, por exemplo, temos papéis higiênicos invertidos, de cabeça para baixo, com o símbolo da cruz, mostrando que o autor é Anticristo. Temos aqui a mente humana dominada com um cabresto, como se as pessoas não fossem livres para pensar”.

'Ataque à fé'

Ele aponta ainda uma vestimenta utilizada por padres e bispos sobre uma peça íntima feminina: “Um ataque gratuito à fé católica com um objeto sagrado que padres e bispos utilizam”.

E continua: “Temos aqui também uma cruz com fita métrica, um ataque ao dízimo e um ataque à Santa Ceia”.

O vereador Nikolas Ferreira e o deputado Bruno Engler também estiveram no local para repudiar a exposição.

Nikolas usou seu Instagram onde postou algumas fotos, após declarar que a mostra estava vilipendiando símbolos da fé cristã, como a coroa de espinhos em forma de suástica.

“É impressionante como essa galera de esquerda não tem escrúpulos”, disse o parlamentar, que publicou também a foto de uma placa na exposição com a inscrição: “Só Marx salva”.

“Qualquer coisa que fazemos para defender a nossa fé, a gente se torna errado”, declarou Nikolas. Na legenda, após a desmobilização da mostra, ele escreveu: “Vencemos! Respeitem os cristãos.”

O Mova-Brasil - Movimento Valores, que também denunciou a mostra, comemorou seu fechamento. “Boa notícia: após nossa denúncia a exposição blasfema denominada ‘Deslocamento’ foi interditada. Essa é uma prova de que vale a pena lutar pelos nossos valores!”.

‘Ataques desrespeitosos’

Em entrevista a O TEMPO, o deputado Carlos Henrique afirmou que “a Assembleia não pode aceitar uma exposição dessa”.

“A Assembleia é a casa do povo, não pode coadunar com ataques desrespeitosos que visam ofender a fé alheia. As obras de arte são bem-vindas, mas quando passa dos limites a gente não pode aceitar”, frisou.

Questionado se a atitude de interditar uma exposição de arte não configura censura, o deputado estadual negou e voltou a criticar a mostra: “O que há aqui é um desrespeito e uma intolerância religiosa. Quando ofende a fé alheia, confronta o Código Penal brasileiro”.

Para a mesma reportagem, o artista responsável pela exposição negou que tenha tido a intenção de atingir a fé ou a orientação religiosa alheia e se diz vítima do discurso de ódio de extremistas de direita e defensor de “todas as fés”.

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