Três crianças morrem em ataque à casa de diácono no Sudão

Os filhos do líder, de 6 a 11 anos, foram vítimas de um incêndio, provocado por extremistas na residência da família.

Fonte: Guiame, com informações de Christian Solidarity WorldwideAtualizado: terça-feira, 23 de agosto de 2022 às 13:03
Os radicais incendiaram a casa do líder cristão Azrag Barnab. (Foto: Imagem ilustrativa/Open Doors).
Os radicais incendiaram a casa do líder cristão Azrag Barnab. (Foto: Imagem ilustrativa/Open Doors).

Três crianças morreram em um ataque de extremistas islâmicos à casa de um falecido diácono em Darfur, no Sudão.

De acordo com a Christian Solidarity Worldwide, organização que trabalha pela liberdade religiosa, no dia 13 de julho, os radicais incendiaram a residência de Azrag Barnab, que foi um líder da Igreja Católica local.

Os filhos de Barnad, um menino de 6 anos e uma menina de 9 anos, morreram vítimas do incêndio.

O filho mais velho do diácono, de 11 anos, conseguiu escapar das chamas, mas morreu dias depois no hospital, devido aos ferimentos.

Morte suspeita do líder cristão

O cristão Azrag Barnab morreu em novembro de 2021 no hospital, em um caso de suspeita de envenenamento. 

Embora a família tenha registrado um boletim de ocorrência na polícia, as causas da morte de Barnab não foram investigadas o suficiente pelas autoridades.

“A morte de um diácono da igreja em circunstâncias suspeitas, seguida pelos terríveis assassinatos de três de seus filhos em um incêndio criminoso na casa de sua família, justificam uma investigação completa e independente”, declarou Mervyn Thomas, presidente da Christian Solidarity Worldwide (CSW).

E acrescentou: “As autoridades, incluindo os líderes militares que agora estão no controle de fato do país, devem garantir que os perpetradores da violência extremista contra a comunidade cristã no centro de Darfur sejam rapidamente levados à justiça”.

Aumento da perseguição em Darfur

A perseguição contra cristãos em Darfur aumentou após o golpe militar em outubro de 2021, que substituiu o governo de transição liderado por civis.

Líderes cristãos, que vivem em campos para deslocados internos em Darfur, passaram a ser ameaçados pelas autoridades, que afirmaram que eles seriam acusados legalmente de apostasia caso continuassem realizando cultos.

O ambiente de hostilidade e violência levou ao fechamento de três igrejas na região, neste ano: a Igreja Luz de Cristo, a Igreja Episcopal e a Igreja Batista.

“O fato de os líderes religiosos terem sido forçados a fechar locais de culto para proteger sua comunidade é uma indicação da gravidade dessas ameaças e do lamentável fracasso do Estado em proteger o direito desse grupo marginalizado à liberdades de religião ou crença, reunião e associação e expressão”, avaliou Thomas.

O presidente da CSW ainda pediu ajuda à comunidade internacional para garantir os direitos e a segurança dos crentes no país africano.

“Apelamos à comunidade internacional para levantar esses casos com os líderes militares do Sudão com urgência e em todos os níveis, exortando-os a respeitar, proteger e cumprir esses direitos para os cristãos em Darfur e para todas as outras comunidades religiosas e de crença no Sudão”, afirmou.

 

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