Um casal cristão no Sudão poderá sofrer açoitamento sob a acusação de adultério, após ter o casamento anulado pela justiça porque o esposo se converteu ao cristianismo.
De acordo com o Morning Star News, Hamouda Tia Kafi, de 34 anos, e a esposa Nada Hamad Shukralah, de 25 anos, do estado de Al Jazirah, eram muçulmanos quando se casaram em 2016.
Em 2018, quando Hamouda deixou o islã e aceitou Jesus, a família de Nada entrou na justiça, pedindo a dissolução do casamento. O tribunal da sharia (lei islâmica) anulou o matrimônio baseado na conversão do marido, considerada crime de apostasia na época.
Em 2020, após o fim do regime islâmico do presidente Omar al-Bashir, o Sudão discriminalizou a conversão para outras religiões. Então, em 2021, Nada também se converteu à fé cristã e voltou com seus dois filhos para o marido.
Não aceitando a conversão do casal, o irmão de Nada os denunciou por crime de adultério, argumentando que o casamento foi anulado pelo tribunal da sharia. Em agosto do ano passado, Hamouda e Nada foram presos pela polícia e ficaram quatro dias detidos.
“O tribunal interrogou o casal depois que duas testemunhas disseram ao tribunal que o casamentol é ilegal e, como resultado, eles são acusados de adultério nos termos do artigo 146, mas eu disse ao tribunal que o casamento é legal”, afirmou o advogado que defende o casal cristão.
A próxima audiência do caso foi marcada para a próxima quinta-feira (12). Segundo o advogado, o casal, membros de uma igreja batista, estão enfrentando ameaças de muçulmanos radicais, principalmente do irmão de Nada.
De acordo com o Relatório de Liberdade Religiosa Internacional do Departamento de Estado dos EUA, as condições para cristãos no Sudão melhoraram um pouco, depois da descriminalização da apostasia e a suspensão da demolição de igrejas.
Entretanto, islâmicos radicais continuam dominando a sociedade e os seguidores de Cristo no país enfrentam perseguição, como discriminação e dificuldades para obtr licenças para construção de igrejas.
O Sudão está classificado como o 13º país mais perigoso para ser um cristão da Lista da Perseguição 2022 da Portas Abertas.
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