Um casal foi impedido de concluir a adoção de duas meninas que estavam em uma casa de acolhimento em Ontário, no Canadá, por negarem a existência do coelho da Páscoa e ensinarem os conceitos bíblicos a respeito da celebração.
Derek e Frances Baars foram processados pela Sociedade da Ajuda Infantil (CAS, na sigla em inglês), local que abrigava as meninas de 3 e 4 anos de idade. No entanto, a decisão foi revogada na última terça-feira (6) pelo juiz Andrew Goodman, do Tribunal Superior de Justiça de Ontário.
Uma sentença judicial de 62 páginas declarou que o CAS violou o direito dos pais adotivos à liberdade de religião e expressão quando as crianças foram tiradas de sua casa. O juiz considerou as ações do CAS como “caprichosas” e “sem interesse no que era melhor para as crianças”.
Derek e Frances são cristãos e membros da Igreja Presbiteriana Reformada. Antes de serem aceitos como pais adotivos, eles já tinham deixado claro sua posição em relação aos princípios bíblicos.
O CAS alegou que as crianças não foram removidas por que os pais adotivos negaram a existência do coelho, mas por eles se recusarem a apoiar os desejos da mãe biológica e não respeitarem as necessidades culturais das crianças.
Durante o julgamento, uma funcionária do CAS, Tracey Lindsay, ainda alegou que o casal poderia ensinar as meninas a serem preconceituosas com homossexuais, “ensinando que pessoas nessa condição estão vivendo em pecado”.
Dominic Verticchio, diretor do CAS em Hamilton, pediu desculpas ao casal pelo que aconteceu. “Nós reconhecemos quais foram os nossos erros. Nós respeitamos a decisão do tribunal e temos que garantir que isso não aconteça novamente. Não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro”, afirmou.
Atualmente, Derek e Frances estão no processo para adotar uma criança em Edmonton, no estado de Alberta. “Estamos muito agradecidos por isso, por termos sido reivindicados. Nossos nomes foram limpos”, disse ela.