Depois de dois ataques mortais do Estado Islâmico (EI) que mataram 6 pessoas em Israel, há menos de um mês, o porta-voz do grupo terrorista sunita, Abu Omar al-Muhajjr, pediu aos apoiadores que realizem mais ataques.
Em seu discurso durante o mês sagrado muçulmano, conhecido como Ramadã, Muhajjr pediu uma “ofensiva global” em vingança pela morte de seu líder, Abu Ibrahim al-Qurayshi, de acordo com informações do Jerusalem Post.
Abu foi assassinado durante uma operação dos americanos na Síria, no mês de fevereiro. Como líder do Estado Islâmico, ele atuava diretamente em sequestros, assassinatos e tráfico de pessoas.
Jihad e a sede de vingança
“Anunciamos, com a ajuda de Alá, uma guerra abençoada para vingar a morte de Abu Ibrahim al-Qurayshi e al-Muhajir abu Hamza al-Qurashi [ex-porta voz do EI]”, escreveu Muhajjr num discurso divulgado em seu Telegram, com o título “Combata-os e Deus os castigará pelas suas mãos”.
O porta-voz pede que mais ataques sejam realizados na Europa, pois enxerga como uma “grande oportunidade” as questões relacionadas à guerra na Ucrânia.
Ao mencionar os ataques terroristas em Israel, no mês de março, reivindicados pelo grupo terrorista, ele pediu aos apoiadores que “seguissem seu caminho e se armassem para realizar novos ataques”.
‘Matamos em nome de Alá’
“Esses atos causaram dor aos judeus e mostraram ao mundo que há uma diferença entre aqueles que lutam e morrem por Alá e aqueles que lutam por slogans políticos vazios”, disse Muhajjr.
Ele elogiou os assassinos, dizendo que “eles lutaram e foram mortos por causa de Alá” e disse que Jerusalém só poderia ser libertada com o retorno do califado, não pelos líderes palestinos que ele chamou de “terroristas seculares”.
“Políticos muçulmanos modernos que tentam libertar Jerusalém nada mais são do que marionetes nas mãos de Israel e do Ocidente”, disse ainda.
O ataque em Hadera, que custou a vida de dois jovens policiais de fronteira — Yezen Falah e Shirel Abukarat — foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
Antes desse ataque, quatro israelenses foram esfaqueados até a morte na cidade de Berseba, no sul, por Mohammed Abu al-Kiyan. Embora o grupo não tenha reivindicado abertamente esse ataque, fizeram elogios ao assassino.
Kiyan havia sido preso em 2016 e condenado a quatro anos de prisão por formar um grupo que planejava viajar para a Síria e se juntar ao EI. Como professor do ensino fundamental, Kiyan também foi condenado por ensinar crianças e membros da comunidade durante aulas de conteúdo inspirado no grupo jihadista.
Apoiadores do Estado Islâmico podem realizar ataques
Conforme um relatório do Haaretz, oficiais de defesa acreditam que cerca de 200 árabes-israelenses apoiam o Estado Islâmico e que podem realizar ataques em nome do grupo.
No passado, como os terroristas do EI estavam no auge, cerca de 100 israelenses se juntaram ao grupo e vários árabes-israelenses foram presos pelo Shin Bet e pela Polícia de Israel por tentarem se juntar a eles.
Vários foram mortos por causa disso, mas acredita-se que alguns que escaparam estão de volta a Israel.