O presidente Barack Obama falou na última quarta-feira (30) sobre importância da fé em um mundo cheio de medo, em sua última 'oração da manhã' de Páscoa.
Falando a líderes cristãos que se reuniram na Casa Branca, Obama disse que a reunião assumiu um maior significado à luz dos recentes ataques terroristas em Bruxelas e no Paquistão, e afirmou que está orando pelas vítimas, sobreviventes e suas famílias.
Os atentados com bombas em uma estação de metrô e no aeroporto de Bruxelas mataram 32 pessoas no dia 22 de março. No domingo de Páscoa (27), mais de 70 pessoas, incluindo dezenas de mulheres e crianças, foram mortas em uma explosão em um parque de Lahore, Paquistão.
"Estes ataques podem fomentar o medo e a divisão", disse Obama na quarta-feira de manhã. "Eles podem nos tentar a expulsar os estrangeiros, protestar contra aqueles que não se parecem com a gente, ou nos levar a orar, exatamente como nós fazemos agora. Eles podem levar-nos a virar as costas àqueles que mais necessitam de ajuda e refúgio. Essa é a intenção dos terroristas: enfraquecer a nossa fé, para enfraquecer nossos melhores impulsos".
Porém Obama destacou que a resposta a tanto ódio está no amor, citando a crucificação de Jesus como um exemplo de injustiça e ao mesmo tempo, esperança.
"Nós abafamos escuridão com a luz e nós curamos o ódio com o amor. Nos apegamos à esperança e nós pensamos sobre tudo o que Jesus sofreu e sacrificou em nosso nome. Desprezado, abandonado, evitado, com as mãos marcadas pelos cravos que ostentam a injustiça de sua morte e levando os pecados do mundo".
"E é difícil de entender o pleno significado desse acto. Escrituras nos dizem: 'Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna'. Por causa do amor de Deus, podemos proclamar: 'Cristo ressuscitou!' Por causa do amor de Deus, que nos foi dado este presente da salvação. Por causa dele, a nossa esperança não está fora de lugar, e não temos que ter medo".
Obama também citou a atitude do Papa Francisco, que lavou os pés dos refugiados na quinta-feira que antecedeu a Páscoa e
disse que este era "um poderoso lembrete de nossas obrigações" como cristãos. Ele passou a elogiar o trabalho que os líderes cristãos fazem em alimentar os famintos, curar os doentes e prover habitação os desabrigados.
"Fazer justiça, amar a expressar a bondade. É nisto que todos vocês coletivamente estão envolvidos a suas próprias maneiras a cada dia", disse Obama. "E dessa forma, vocês estão ensinando a todos nós o que significa quando se trata do verdadeiro discipulado. Não são apenas palavras. Não se trata apenas de se vestir com boa aparência no domingo. Mas é o serviço, especialmente prestado aos que necessitam".
Finalizando seu discurso, o presidente dos EUA falou sobre a fé capaz de mudar e renovar as esperanças.
"A nossa fé nos muda", concluiu. "Eu sei que ela me mudou. Ela renova em nós um senso de possibilidade. Permite-nos a acreditar que, embora todos nós sejamos pecadores, em vez de vacilarmos, há sempre a possibilidade de redenção".