Um tribunal do Egito condenou à morte sete pessoas por ligação ao grupo terrorista Estado islâmico no noroeste do Egito e pelo crime horrendo, cometido em fevereiro de 2015, com a decapitação de 21 cristãos egípcios na Líbia.
Os cristãos foram executados lado a lado pelos terroristas e o crime foi registrado em vídeo, que chocou o mundo na época.
Os sete terroristas foram acusados de ligação a uma célula do Estado islâmico em Marsa Matruh e de planejarem ataques, depois de terem recebido treinamento militar em campos jihadistas na Líbia e na Síria, segundo à agência AFP citando funcionários judiciais.
O jornal acrescentou que um número não especificado de condenados foi acusado de ter participado das decapitações. A sentença de morte agora será revista pelos mufti (jurisconsulto supremo do islamismo) do Egito.
Treze outros terroristas estão em julgamento no mesmo caso, e as decisões para eles estão programadas para serem entregues em 25 de novembro.
Um grupo afiliado do Estado islâmico - que também é conhecido como IS, ISIS, ISIL ou Daesh - no norte do Sinai, iniciou uma insurgência após a expulsão dos militares em 2013 do presidente islâmico Mohamed Morsi.
O vídeo das decapitações dos 21 cristãos coptas foi lançado em fevereiro de 2015, com o título "Uma mensagem assinada com sangue para a nação da cruz". Apesar das terríveis ações dos jihadistas, a comunidade copta minoritária no Egito acabou sendo ainda mais encorajada pelo exemplo que aqueles 21 homens deram no vídeo, ao se recusarem a negar a Cristo.
Como a organização cristã 'International Christian Concern' relatou, no aniversário de dois anos das decapitações em fevereiro, parentes dos homens, que foram sequestrados em incidentes separados na Líbia em dezembro de 2014 e janeiro de 2015, estão honrando as memórias de seus entes queridos.
Uma viúva disse que seu marido "manteve a fé e foi martirizado em nome de Cristo".
"Sua fé foi muito forte. Estou orgulhosa dele. Ele levantou a cabeça e honrou a todos nós, a todos os cristãos", afirmou.
Os filhos dos 21 cristãos decapitados também disseram que estão "orgulhosos" da coragem que seus pais mostraram ao mundo, recusando-se a renunciar à sua fé.
Numerosos cristãos coptas atravessam a Líbia em busca do trabalho, apesar de saberem que enfrentarão severas perseguições, inclusive a morte.
O 'Sunday Times' citou recentemente um cristão copta dizendo: "Sabemos que é mais provável que morramos em vez de permanecermos vivos na Líbia, mas não temos escolha... Mais e mais pessoas vão para a Líbia por causa da crise econômica aqui [no Egito]. Você não consegue trabalho, você não pode ganhar dinheiro no Egito. Estamos conscientes dos perigos, particularmente nós, como cristãos".
Em julho, pelo menos 22 migrantes egípcios foram encontrados mortos no deserto da Líbia. De acordo com um jornal local, os corpos eram de pessoas que morreram de calor e fome.
Um relatório de inteligência da Líbia estima que cerca de 700 terroristas do Estado Islâmico se reorganizaram nos vales e áreas do deserto ao sul da cidade de Bani Walid e outros 3.000 lutadores terroristas de diferentes grupos, incluindo a Al-Qaeda, estão operando no país.