O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou na quinta-feira, 10 de setembro, a criação de um novo imposto sobre a emissão de dióxido de carbono, um dos gases que provocam o efeito estufa.
Com a medida, a França passa a ser a primeira grande economia do mundo a introduzir o imposto.
Ele será introduzido gradativamente no ano que vem e vai incidir sobre petróleo, gás e carvão, disse Sarkozy. O governo deverá cobrar 17 euros (o equivalente a cerca de R$ 45,00) por tonelada de dióxido de carbono emitida.
O imposto se aplicará a residências e a empresas, mas não a indústrias pesadas e do setor energético que estão incluídas no esquema de comércio de emissões da União Europeia.
Sarkozy disse que os recursos arrecadados com o novo imposto deverão beneficiar os contribuintes através da redução de outros impostos e de "cheques verdes", para investimentos em iniciativas ecológicas.
Os planos para o novo imposto sobre as emissões de dióxido de carbono já enfrentam forte oposição de políticos de várias tendências.
Segundo o jornal francês Le Monde, o imposto vai cobrir 70% das emissões no país e trazer 4,3 bilhões de euros (o equivalente a cerca de R$ 11,4 bi) para os cofres públicos a cada ano.
Sarkozy insiste que o novo imposto tem o objetivo de persuadir os franceses a mudarem seus hábitos e reduzirem o consumo de energia, disse a correspondente da BBC em Paris, Emma Jane Kirby.
Na prática, o imposto aumentará os custos dos lares franceses com aquecimento e aumentará o preço dos combustíveis.
Críticos da iniciativa dizem que ela é apenas um truque para melhorar o mau estado das finanças públicas.
Dois terços dos eleitores franceses dizem que se opõem ao novo encargo, pois temem encontrar dificuldade para pagar contas mais altas.