Apontado como medida capaz de evitar o racionamento de água na Grande São Paulo, o volume morto --água que fica no fundo das represas-- do Cantareira injetou mais de 180 bilhões de litros no sistema. Passados 129 dias, porém, essa quantidade já foi consumida.
Em 15 de maio deste ano, o Cantareira, que abastece 6,5 milhões de moradores da Grande São Paulo, tinha 80,5 bilhões de litros de água --ou 8,2% de sua capacidade-- quando o governo começou a captar o volume morto.
No dia seguinte, com os 182,5 bilhões de litros do volume morto, a quantidade de água disponível no Cantareira para consumo subiu para 263 bilhões de litros (ou 26,7%).
Nesta segunda-feira (22), o nível do Cantareira caiu para 8%, o menor da história do sistema. Isso quer dizer que restam aproximadamente 78,8 bilhões de litros de água para serem consumidos.
Mesmo diante da situação crítica, o governo estadual descarta totalmente a opção de implantar um racionamento para reduzir o consumo de água, embora não faltem relatos de pessoas que dizem sofrer com a interrupção do fornecimento de água diariamente, principalmente no período da noite e madrugada.
Para evitar que falte água na torneira dos moradores da Grande São Paulo, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pretende usar uma segunda cota do volume morto do Cantareira, de cerca de cem bilhões de litros de água, "se for necessário".
As obras estão em andamento, mas a companhia ainda não tem autorização para usar essa parte da reserva técnica.
A companhia também tem planos de utilizar a reserva técnica do Alto Tietê. O nível do sistema, que abastece 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, chegou hoje a 12,6%, o menor de sua história.