Sabesp contradiz presidente da companhia: Água não acaba em novembro

Sabesp contradiz a própria presidente e diz que água não acaba em novembro

Fonte: Terra MagazineAtualizado: quinta-feira, 16 de outubro de 2014 às 13:53
A presidente da Sabesp, Dilma Pena, que prestou esclarecimentos nesta quarta na CPI da Sabesp na Câmara de SP
A presidente da Sabesp, Dilma Pena, que prestou esclarecimentos nesta quarta na CPI da Sabesp na Câmara de SP

A Sabesp, empresa paulista de abastecimento hídrico de São Paulo, emitiu nota pública na manhã desta quinta-feira (16) contradizendo a própria presidente da empresa, Dilma Pena, que em depoimento na CPI da Sabesp da Câmara Municipal de São Paulo admitiu publicamente que pode haver falta d'água generalizada em São Paulo a partir do mês de novembro.

Segundo Dilma Pena, no atual ritmo de chuvas e consumo, a primeira leva do volume morto deve acabar em meados de novembro.

Acontece que, por ordem da Justiça, o Governo de São Paulo foi obrigado a racionar a cota do segundo volume morto, graças a uma ação do Ministério Público que visa proteger o Sistema Cantareira de um colapso total, em virtude do manejo incorreto das águas no reservatório pela Sabesp .

O Sistema Cantareira é o local de onde está sendo tirada a maior parte da água que abastece a região metropolitana do Estado nesse tempo de estiagem.

Na nota, a Sabesp diz que ainda há 40 bilhões de litros de água a disposição dos paulistas na primeira leva do volume morto, além de outros 106 bilhões de litros da segunda reserva técnica.

Segundo a empresa do Governo de São Paulo, o abastecimento está garantido até março do ano que vem:

"A Sabesp reitera que a água não vai acabar em novembro. A companhia afirma que há no Sistema Cantareira ainda 40 bilhões de litros, contando com a primeira cota da reserva técnica. Há também mais 106 bilhões de litros da segunda reserva técnica disponível para uso. As obras para captação desse volume já estão sendo finalizadas e a água será bombeada se houver necessidade, garantindo o abastecimento até março. Há ainda mais 162 bilh˜øes de litros para serem captados, além da segunda reserva", declarou a nota da empresa. 

A informação dada pela Sabesp nesta manhã já havia sido comentada pela presidente Dilma Pena no depoimento dado à CPI da Sabesp nesta quarta.

Na CPI, entretanto, Dilma Pena disse com todas as letras que o atual regime de abastecimento só pode ser mantido até novembro, não garantindo como se dará a distribuição da água da segunda leva do volume morto a partir dessa data:

"Temos uma disponibilidade suficiente para atender a população nesse regime de chuvas até meados de novembro", respondeu Dilma, após ser questionada várias vezes pelos vereadores sobre a situação do abastecimento na cidade.

Segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" desta quinta-feira (16), a Sabesp já está usando a segunda leva de volume morto da região do Cantareira, mesmo sem as autorizações da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Justiça.

A própria agência disse ao jornal que a medição feita no reservatório Cantareira na terça-feira (14) mostrou que a retirada de água nas represas da região estão abaixo do ponto de captação do primeiro volume, o que indica que a segunda reserva técnica já está sendo utilizada, descumprindo decisão judicial.

De acordo com o jornal, a Sabesp argumenta que não descumpriu nenhuma ordem judicial e que ainda há 23% da primeira leva do volume morto disponível na região para captação. 

 

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