A unidade do casal é da ordem da redenção

O resgate da unidade para o casal humano é a experiência mais pura da Graça.

Fonte: Guiame, Clarice EbertAtualizado: quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025 às 18:25
(Foto: Unsplash/freestocks)
(Foto: Unsplash/freestocks)

A experiência da unidade mais profunda não é uma construção humana, mas é uma criação divina da ordem da redenção.

O resgate da unidade para o casal humano é a experiência mais pura da Graça. Nela os cônjuges se percebem transformados ao serem recriados um no outro. Não é fusão, mas é integração efetuada pela redenção.

A organização biológica desenhada para receber o novo caracteriza-se pela sua recepção. Esta que se adapta a cada novidade, aumentando infinitamente a sua tolerância ao diferente, que sempre está envolto com bandagens para infinitas feridas. Não se trata de invenção, mas de adaptação.

Na redenção, o criador da unidade ordena que "haja luz" e cria possibilidades onde imperam caos e trevas, e faz brotar luminares guias para inseguros passos nos dias e nas noites.

Como um hábil oleiro que cria vasos novos ou recria vasos quebrados, o criador transcendente faz surgir a unidade em formatos inéditos, com detalhes inesperados e impensados.

O pentecostal não é o oposto do institucional, mas sim o outro extremo de um continuum que se integra ao institucional. O paralítico desce do telhado, o samaritano ferido carregado na mula, o cego untado de lama etc. Em cada situação, uma manifestação diferente de misericórdia.

A misericórdia é uma manifestação de ternura. A maior expressão biológica de ternura é a superfície interna do útero onde o bebê se alimenta.

Há uma ternura (misericórdia) com fecundidade irresistível originada em João 3:16. O caos e a doença não são absolutos, são estímulos que ativam a fecundidade da misericórdia. A única alternativa é sua negação e sua consequente loucura.

O criador da unidade acrescenta vida, fazendo multiplicar a fertilidade e a fecundidade. A unidade conjugal criada cumpre a fecunda função de transmitir e cuidar da vida. Por isso, é um organismo receptor da continuidade da doação da vida, que edifica e nutre a unidade que os cônjuges vivenciam.

*Texto de Carlos José Hernández (médico psiquiatra, doutor em medicina) e Clarice Ebert (psicóloga e terapeuta familiar, mestre em teologia)

 

Clarice Ebert é Psicóloga (CRP0814038), Terapeuta Familiar, Mestre em Teologia, Professora, Palestrante, Escritora. Sócia do Instituto Phileo de Psicologia, onde atua como profissional da psicologia em atendimentos presenciais e online (individual, de casal e de família). Membro e docente de EIRENE do Brasil.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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