Clarice Ebert

Clarice Ebert

Clarice Ebert (@clariceebert) é psicóloga (CRP0814038), Terapeuta Familiar, Mestre em Teologia, Professora, Palestrante, Escritora. Sócia do Instituto Phileo de Psicologia, onde atua como profissional da psicologia em atendimentos presenciais e online

O exercício da crueldade do poder: No real e no imaginário

Aqueles que creem no Senhor Jesus são chamados a outro caminho: o desapego de toda tentativa de exercer poder.

Fonte: Guiame, Clarice EbertAtualizado: sexta-feira, 26 de setembro de 2025 às 16:39
(Foto: Unsplash/GR Stocks)
(Foto: Unsplash/GR Stocks)

A realidade da graça supõe um sujeito que, envolto no mistério, se sinta acompanhado por uma presença divina. Uma situação que favorece ter fé para esperar a manifestação de uma intencionalidade que chega no momento oportuno.

O Senhor Jesus, em intimidade com seu Pai, passa uma noite inteira orando. Ao amanhecer, recebe a revelação da tarefa a ser realizada no “momento oportuno” — uma iniciativa que brota do profundo âmago da vida.

A vida de Jesus se desenrola em um cenário onde o “poder visível” é exercido por Roma, e o “poder imaginário” é intentado pelos religiosos. Ambas as representações são baseadas na crueldade: Roma com a exibição do poder da morte, os religiosos com o poder de expulsar o indivíduo da comunidade. Ambos ferem. Ambos controlam. Ambos negam a graça.

Mas aqueles que creem no Senhor Jesus são chamados a outro caminho: o desapego de toda tentativa de exercer poder. Somos convidados a escutar atentamente a palavra que se revela no kairos, no momento oportuno (Filipenses 2), onde a misericórdia se derrama como orvalho.

A oração derivada do Pai Nosso não garante essa experiência em uma realidade evangélica avassaladora (que atropela pelo poder de matar ou expulsar). A experiência se manifesta na habitação do Sábado da Vida, do repouso da alma que confia. É despertar para a realidade cotidiana da família, acolhendo em nossa consciência a novidade da Sua misericórdia que nos rega e nutre a cada manhã.

E assim, regados e nutridos por essa fonte inesgotável, deixamos de repetir o exercício da crueldade dos poderes no real e no imaginário, que matam e expulsam. Passamos a transbordar misericórdia. Porque quem é banhado pela graça, não domina — cuida.

*Texto de Carlos José Hernández (médico psiquiatra, doutor em medicina) e Clarice Ebert (psicóloga - CRP08/14038, terapeuta familiar e de casal, mestre em teologia).

 

Clarice Ebert (@clariceebert) é psicóloga (CRP0814038), Terapeuta Familiar, Mestre em Teologia, Professora, Palestrante, Escritora. Sócia do Instituto Phileo de Psicologia, onde atua como profissional da psicologia em atendimentos presenciais e online (individual, de casal e de família). Membro e docente de EIRENE do Brasil.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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