"Nós estamos ameaçados de extinção”. Essa é a dura definição da realidade dos poucos cristãos que restam no Iraque, segundo palavras do padre Muyessir al-Mukhalisi, de uma igreja ao leste de Bagdá.
Em 2014, os cristãos de Mosul — cidade ancestral da comunidade cristã no Iraque — foram forçados a fugir quando o Estado Islâmico (EI) estabeleceu seu califado na região, ao norte do Iraque, e começou a destruir igrejas centenárias.
Forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos lançaram uma ofensiva contra o grupo terrorista na última semana. A ação foi anunciada como o início de uma campanha maior para desocupar áreas ao redor de Mosul — no entanto, o progresso tem sido lento.
"Nós estamos ameaçados de extinção. Essa é uma palavra dura, mas a cada dia estamos acabando. Nosso povo está viajando, emigrando", disse o padre Muyessir.
Cerca de um terço do Iraque foi tomado pelo EI, forçando milhões de pessoas a deixarem suas casas e se juntarem à massa refugiados. Em 2014, famílias cristãs receberam um ultimato do grupo terrorista: pague uma taxa e converta-se ao Islã ou morra pela espada.
Os jihadistas tomaram os bens de centenas de famílias cristãs durante a fuga. Atualmente, a igreja providencia comida e dinheiro para muitas dessas famílias.
O cristianismo existe no Iraque desde o primeiro século depois de Cristo, quando os apóstolos Tomé e Tadeu levaram o Evangelho na região dos rios Tigres e Eufrates.
O país abrigava igrejas cristãs tanto católicas como ortodoxas, em um sinal da diversidade ética e religiosa do Iraque. Mas agora os cristãos dizem que não têm liberdade de expressão no país de maioria muçulmana, e como muitos iraquianos, se queixam da falta de segurança, serviços básicos e oportunidades.