Suprema Corte da Índia mantém demissão de militar cristão por não cultuar ídolos

O tenente Samuel Kamalesan foi dispensado do Exército indiano por se recusar a entrar em santuário e participar de rituais contrários à sua fé cristã.

Fonte: Guiame, com informações de International Christian ConcernAtualizado: quarta-feira, 3 de dezembro de 2025 às 13:53
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Shiv Narayan Das).
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Shiv Narayan Das).

A Suprema Corte da Índia manteve a demissão de um oficial cristão do Exército após ele se recusar a participar de rituais religiosos contrários à sua fé durante desfiles militares.

O tenente Samuel Kamalesan não obedeceu a ordem de seu superior para entrar no "Sarva Dharma Sthal" – um local de culto do Exército Indiano para todas as religiões. 

Samuel atuava como líder da tropa do Esquadrão B, que é composto por soldados que seguem a religião sikh.

Em sua defesa, o militar cristão afirmou que sempre acompanhava suas tropas ao local de culto em desfiles religiosos e festivais, porém não entrava na parte interna do santuário, onde ocorriam rituais.

Kamalesan explicou que se recusou a entrar no local devido à sua fé cristã protestante, que proíbe o culto a ídolos. Segundo o cristão, sua participação nas áreas externas do local já era um sinal de respeito e solidariedade com suas tropas.

Em 2021, Samuel foi dispensado do Exército sem pensão ou gratificação por se recusar a entrar no "Sarva Dharma Sthal".

Acusado de indisciplina

O cristão contestou sua demissão na Justiça, mas o Tribunal Superior de Delhi manteve a demissão. O tribunal concluiu que a recusa de Kamalesan se tratou de indisciplina, porque ele colocou sua fé acima das ordens militares.

"Ele demonstrou a forma mais grosseira de desprezo e indisciplina. Ele deveria ter sido expulso apenas com base no comportamento que demonstrou. Atitude rabugenta não é aceitável em uma força armada", afirmou o tribunal.

O Exército indiano argumentou que a participação dos militares em atividades religiosas é fundamental para garantir a coesão e o moral das tropas, e que a ação de Kamalesan em não se envolver nos rituais minava a unidade e disciplina nas operações militares.

Caso na Suprema Corte

O caso foi enviado para a Suprema Corte da Índia, que manteve a demissão de Samuel Kamalesan, o chamando de "desadequado para o Exército Indiano".

Uma bancada de dois juízes da Suprema Corte condenou a recusa do oficial cristão e afirmou que seu "ego religioso" prevaleceu sobre a disciplina e a unidade.

A decisão da Suprema Corte declarou que os militares não podem priorizar a sua crença religiosa em detrimento da cultura coletiva das forças armadas.

Perseguição na Índia

A Missão Portas Abertas posicionou a Índia em 11º lugar na Lista Mundial de Perseguição de 2025, que destaca os países onde os cristãos enfrentam as formas mais severas de perseguição.

Organizações e líderes cristãos relataram um aumento da perseguição no país após nacionalistas hindus entrarem no governo.

“Nos últimos 10 anos, houve mais perseguição, a ponto de mudarmos a maneira como classificamos a Índia no início deste ano. Ela mudou de uma área hostil, que é um lugar onde a Constituição promete liberdade religiosa, e talvez o governo tente proteger a liberdade religiosa. Ainda assim, alguns grupos não permitem a liberdade religiosa”, explicou Todd Nettleton, da missão “A Voz dos Mártires”.

E continuou: “O status da Índia mudou para uma nação restrita, onde o governo é o principal impulsionador da perseguição. E isso é verdade na Índia sob o primeiro-ministro Modi. Essa mudança aconteceu sob seu governo nacionalista hindu; agora é o governo o principal impulsionador da perseguição”.

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