"O governo do Sudão tem uma campanha para erradicar o cristianismo", diz ativista

Segundo o ativista sudanês em favor da liberdade religiosa, Kamal Fahmi, a prisão de dois pastores que estão sob custódia sem provas concretas é um bom exemplo da perseguição que o governo local tem empreendido contra os cristãos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016 às 14:00

Dois pastores sudaneses estão presos sem acusações concretas, desde dezembro, de acordo com a organização 'World Watch Monitor' (WWM) - que se dedica à vigilância sobre a perseguição religiosa em todo o mundo.

Um deles é o pastor Telahoon Nogosi Kassa Rata, que foi informado que deveria se apresentar ao Serviço Nacional de Inteligência e Segurança do Sudão (NISS), em meados de dezembro, segundo o relatório de fontes locais.

"Ele foi ao escritório do NISS, localizado atrás do aeroporto de al-Mashtel no dia seguinte, e está detido desde então", disse a fonte.

Outro pastor que também está detido desde dezembro de 2015 é o Rev. Hassan Abdur Raheem Kodi Taour, de Bahri. Ele foi preso junto com o Rev. Kowa Shamal, que foi absolvido posteriormente.

Não há confirmação de detalhes sobre a localização dos pastores ou seu estado de saúde física. Ambos "estão sendo mantidos incomunicáveis", de acordo com a WWM. O advogado de Taour escreveu ao Conselho de Direitos Humanos do Sudão para pedir ajuda em trazer o caso a tribunal, mas até agora não recebeu resposta.

O Conselho das Igrejas do Sudão também escreveu uma carta ao Ministério de Assuntos Religiosos do país, aos ministros do governo e ao Gabinete de Segurança, para pedir que tenham acesso ao Rev Taour e "outros cristãos" que também estariam sendo mantidos presos pelo NISS, mas a carta ainda não teve nenhuma resposta.

De acordo com a lei sudanesa, o indivíduo deve ser libertado ou apresentado a tribunal em até 45 dias após sua prisão. No entanto, nada disso ocorreu em mais de 60 dias, desde a prisão de Rata e Taour.

"Os últimos casos são representativos de uma campanha muito maior do governo do Sudão para erradicar o cristianismo", disse o ativista sudanês em favor da liberdade religiosa, Kamal Fahmi.

"Desde a secessão do Sudão do Sul (Julho de 2011), Cartum [capital] tem viviso a intensificação da guerra no Nilo Azul e nas Montanhas de Nuba (ambas as áreas conhecidas pela presença do cristianismo), bem como o assédio indiscriminado e as detenções de líderes da igreja e membros ativos das igrejas", disse Fahmi, que fez campanha para a revogação das leis de blasfêmia e apostasia baseadas no islamismo.

"Obreiros cristãos estrangeiros foram deportados. O Sudão suspendeu a importação de literatura e escrituras cristãs, enquanto confisca a maior parte da literatura cristã no país. A única livraria cristã na capital Cartum também foi fechada", disse Fahmi.

"A tortura e a prisão de convertidos [do islamismo para o cristianismo] também é comum", acrescentou.

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