Operação da polícia desmonta grupo que vendia “assessoria” clandestina para abortos

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga uma rede que vendia medicamentos e orientações para abortos clandestinos online.

Fonte: Guiame, com informações da Polícia Civil RSAtualizado: terça-feira, 9 de dezembro de 2025 às 17:27
Criminosos vendiam medicamentos e ofereciam aconselhamento para aborto pela internet. (Foto ilustrativa: Glenn Carstens-Peters/Unsplash)
Criminosos vendiam medicamentos e ofereciam aconselhamento para aborto pela internet. (Foto ilustrativa: Glenn Carstens-Peters/Unsplash)

Uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e outros órgãos públicos revelou uma rede criminosa que lucrava com a venda de medicamentos proibidos e orientações para abortos feitos fora da lei.

A ação, chamada de “Operação Aurora”, ocorreu na manhã desta segunda-feira (08) em conjunto com forças policiais de outros estados.

Segundo a Delegada Karoline Calegari, titular da Delegacia de Polícia de Guaíba, a ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa interestadual especializada no tráfico de medicamentos controlados, com destaque para o Cytotec (Misoprostol), substância utilizada ilegalmente para a prática de aborto.

Assessoria a aborto

A polícia começou a desconfiar da organização após o caso de uma jovem que chegou a um hospital em Guaíba (RS) com dores intensas e expeliu dois fetos.

A mulher contou que, após pesquisar em redes sociais sobre aborto e gestação indesejada, comprou pela internet uma substância – de uso controlado e empregado para indução de aborto – e seguiu orientações de pessoas que se apresentavam como “profissionais” online.

Segundo relato da vítima, ela encontrou os vendedores depois de pesquisar sobre interrupção de gravidez nas redes sociais.

A gestante foi incluída em um grupo de mensagens chamado “Sinta-se acolhida”, apresentado como um espaço para relatar a experiência após o procedimento e incentivar outras mulheres indecisas, embora orientasse que detalhes do aborto e do preparo não fossem divulgados.

A gestante então adquiriu o procedimento e agendou a data para o procedimento com sua “doutora”, passando a agir conforme as orientações recebidas.

Em determinado momento, porém, a pessoa que a guiava deixou de responder, e a gestante acabou sozinha e com dores, precisando buscar atendimento médico.

Como funcionava o esquema

A investigação identificou que o grupo mantinha uma estrutura organizada, com administradores que controlavam a venda do medicamento e ofereciam, inclusive, orientação sobre como usá-lo para interromper a gestação.

O grupo chegou a ter interação com mais de 250 mulheres.

Os responsáveis não moravam apenas no RS. A polícia identificou participantes em cidades da Paraíba, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Na operação desta segunda, três pessoas foram presas e materiais como celulares e drogas foram apreendidos.

A ação também tenta descobrir de onde vinha o medicamento ilegal e como ele era distribuído, já que sua venda é proibida fora de ambientes hospitalares.

Segundo a CNN Brasil, a Operação Aurora mostra que, além de atuar contra o crime organizado tradicional, as polícias estão atentas também a formas modernas de tráfico e orientação criminosa, especialmente quando envolvem a saúde e a vida das mulheres.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

Fé para o Impossível

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições