Polícia invade igreja e prende cristãos por se reunirem “ilegalmente”, na China

Na China, as autoridades frequentemente acusam as igrejas que não estão registradas junto ao governo de “operar ilegalmente”.

Fonte: Guiame, com informações da China AidAtualizado: quarta-feira, 9 de outubro de 2019 às 15:02
Cristãos participam de culto em igreja na China. (Foto: China Aid)
Cristãos participam de culto em igreja na China. (Foto: China Aid)

Autoridades prenderam pelo menos três cristãos, depois de invadir uma igreja não registrada, na região de Xinjiang (China), na última sexta-feira (4).

Por volta das 23h (horário local), a polícia invadiu a igreja e levou detidos os cristãos que estavam no local. Do grupo, três pessoas foram condenadas a 8 a 10 dias de detenção por "se reunir ilegalmente".

Na China, as autoridades frequentemente acusam as igrejas que não estão registradas no governo de “operar ilegalmente”. No entanto, o artigo 36 da Constituição chinesa garante aos cidadãos chineses a liberdade de crença religiosa.

Perseguição sem precedentes

Apesar do fato continuar sendo alarmante, ele não é uma ocorrência isolada e sim quase que cotidiana em determinadas regiões da China, que com seu governo comunista tem apertado cada vez mais o cerco às religiões em seu território.

Exemplo desse cenário é que o governo do presidente Xi Jinping tem exigido a alteração de textos bíblicos e a inclusão de hinos comunistas nos cultos das igrejas chinesas. Além disso, autoridades estão removendo as cruzes dos templos e ordenando que fotos do governante sejam expostas nas paredes e fachadas das congregações.

Segundo a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), a intolerância religiosa na China está chegando a um nível tão alto que estão faltando parâmetros para mensurá-la.

Assim como nos últimos anos, o relatório divide os países em diferentes níveis, com recomendações de "Nível 1", representando países que a Comissão acredita que deveriam ser rotulados pelo Departamento de Estado dos EUA como "países de preocupação especial" (CPC). O rótulo CPC traz consigo a possibilidade de os países poderem enfrentar sanções ou outras conseqüências negativas.

O "Nível 2" identifica os países onde as violações da liberdade religiosa ocorreram, mas não atingiram a gravidade necessária para serem consideradas Nível 1.

"Como já foi dito várias vezes nesta manhã, temos os níveis 1 e 2 dos países que observamos", disse o comissário da USCIRF e ativista conservador social de longa data Gary Bauer durante um evento de lançamento no Capitólio, com a participação de um grupo bipartidário de parlamentares. .

“Se fôssemos classificar os países do Nível 1, a China estaria em uma categoria por si só [com relação ao] nível de perseguição religiosa. O país é um violador de oportunidades iguais”, acrescentou.

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