Entre janeiro e março deste ano, 750 cristãos foram presos e torturados em algumas províncias chinesas, entre elas Jiangsu, Henan e Sichuan. De acordo com o site de notícias Bitter Winter, só em janeiro pelo menos 123 membros da Igreja do Deus Todo-Poderoso (CAG) foram presos pela polícia na província oriental de Jiangsu.
Muitos deles foram detidos em hotéis e submetidos a torturas durante os interrogatórios. Uma mulher conta que foi presa durante uma reunião de sua igreja e submetida a maus tratos. Ela relatou que a polícia pisou forte na ponta dos pés dela com sapatos de couro e bateu em seu rosto com um livro. Para conseguir informações sobre a Igreja, vários policiais a torturaram.
Sobre as torturas
A cristã relatou que os policiais forçaram seus braços para trás, colocando-os nas costas de uma cadeira e depois puxaram suas algemas para baixo o mais forte possível. Em seguida, colocaram os pés dela na beirada de outra cadeira à sua frente, de modo que seu corpo ficou suspenso no ar em um ângulo reto.
“Senti que meus braços estavam quase quebrados, tanto que suei por todo o corpo e não pude deixar de gritar”, disse a cristã e depois revelou que foi atormentada dessa forma várias vezes e recebeu bofetadas contínuas.
Os policiais puxaram seus pés em direções opostas, e ela gritou de dor. Eles também batiam nela continuamente com um pedaço de pau. A tortura deixou suas mãos e pés dormentes.
Em 14 de janeiro de 2021, 17 membros da mesma igreja foram presos na cidade Huai'an, em Jiangsu. Os interrogatórios foram feitos no mesmo hotel, mas separadamente. Uma fiel que foi liberada compartilhou que conseguia ouvir os gritos de seus amigos que foram torturados.
Em 15 de fevereiro, durante o ano novo lunar chinês, a polícia da cidade de Zigong, na província de Sichuan, prendeu mais de 50 membros da Igreja do Deus Todo Poderoso após o monitoramento e rastreamento secreto da Skynet.
Os presos foram forçados a ficar sentados e parados de frente para uma parede, por mais de 18 horas, todos os dias, durante a detenção. Eles não podiam falar e nem cochilar.
De acordo com o relatório anual do CAG de 2020, pelo menos 5.587 cristãos foram submetidos a várias torturas. Aqueles que se recusam a dar informações sobre a Igreja passam por situações complicadas. Os que são liberados ficam sob a vigilância do PCC (Partido Comunista Chinês).