Deputado cobra posicionamento do Brasil sobre perseguição contra cristãos na China

O deputado federal Jefferson Campos (PL) solicitou que o Itamaraty intervenha no caso dos 30 pastores da Igreja Zion presos pelo regime comunista.

Fonte: Guiame, com informações de Gazeta do Povo Atualizado: quinta-feira, 16 de outubro de 2025 às 12:54
O deputado federal Jefferson Campos. (Foto: Câmara dos Deputados/Kayo Magalhães).
O deputado federal Jefferson Campos. (Foto: Câmara dos Deputados/Kayo Magalhães).

O deputado federal Jefferson Campos (PL) cobrou um posicionamento do governo brasileiro sobre a perseguição contra cristãos na China, após o regime comunista prender 30 pastores e líderes da Igreja Zion no último final de semana.

No plenário da Câmara dos Deputados, Jefferson, que também é pastor, pediu uma ação por parte do Ministério das Relações Exteriores, do Itamaraty, e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara (CREDN).

"Nos foi informado da perseguição, da tomada de posição do governo em relação àqueles que professam a fé cristã, do fechamento de igrejas, retirada de cruzes, apreensão de bíblias e nós tomamos a posição de levar ao Itamaraty, à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, da qual eu faço parte, este questionamento", afirmou o parlamentar.

"O Brasil não é apenas parceiro comercial. O Brasil é signatário da Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU, que nos garante a liberdade religiosa. E a China através dessas ações tem feito com que o Evangelho e a religião sejam perseguidos e líderes sejam presos", ressaltou.

O deputado também pediu informações sobre a possibilidade de haver brasileiros entre os presos, já que há missionários do Brasil atuando na China.

Jefferson Campos sugeriu que o governo Lula intervenha no caso e dialogue com a China contra a repressão de igrejas e de cristãos.

“Trinta pastores foram presos simplesmente por exercerem o direito à fé, realizando cultos e orações sem autorização do Estado. Isso é uma afronta à liberdade religiosa e à própria dignidade humana”, denunciou ele.

Para o parlamentar, como um país de maioria cristã, o Brasil “não pode permanecer indiferente a essa brutal perseguição que tenta apagar qualquer expressão de fé não controlada pelo governo chinês”.

Jefferson ainda informou que está enviando ofícios ao Ministério das Relações Exteriores e à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, com uma solicitação para que o Executivo e o Legislativo se pronunciem oficialmente sobre a perseguição na China.

Repercussão internacional

O caso também provocou repercussão internacional. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu a libertação dos líderes e afirmou que "essa repressão demonstra ainda mais como o PCC exerce hostilidade contra os cristãos que rejeitam a interferência do Partido em sua fé e optam por adorar em igrejas domésticas não registradas".

O ex-vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e o ex-secretário de Estado, Mike Pompeo, também emitiram declarações condenando as prisões.

Pastores e congregações domésticas na China e nos EUA também têm pedido a libertação dos detidos. Sean Long, pastor da Igreja Zion nos EUA, informou que Jin estava preparado para uma repressão dessa escala.

Em uma chamada de vídeo recente, Long perguntou o que aconteceria se Jin fosse preso e todos os líderes da igreja fossem detidos. E Jin respondeu: "Aleluia! Pois uma nova onda de avivamento virá então!".

Igreja doméstica perseguida

O regime de Xi Jinping prendeu 30 líderes da Igreja Zion, uma das maiores redes de igrejas domésticas do país, em operações noturnas em várias cidades chinesas.

Entre os detidos está o fundador da Igreja Zion, Jin Mingri, que foi preso na madrugada do último sábado (11) após 10 policiais revistarem sua residência, segundo a organização ChinaAid.

Em setembro de 2018, a igreja foi proibida pelo governo após resistir à instalação de câmeras de vigilância em sua sede em Pequim. Desde então, muitas de suas filiais foram investigadas e fechadas.

Enquanto isso, a família de Jin se mudou para os EUA por segurança, mas ele permaneceu na China pastoreando a igreja, impedido de deixar o país.

Segundo a ChinaAid, a operação de prisão é a “mais extensa e coordenada onda de perseguição” contra cristãos em mais de quatro décadas.

Em carta pedindo orações, Liu Chunli, esposa de Jin, destacou que seu coração está “cheio de uma mistura de choque, tristeza, pesar, preocupação e raiva justificada”. 

“Jin fez o que qualquer pastor fiel faria. Ele é inocente!", declarou ela, acrescentando que as esperanças da família de se reunir depois de estarem separados por mais de sete anos foram frustradas mais uma vez.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

Fé para o Impossível

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições