Conforme a autora do livro “Que Eu Diminua — Encontrando alegria duradoura na era do eu — da editora Fiel, “quando negligenciamos o fato de que Deus nos fez com um propósito, a fim de sermos cristãos felizes e satisfeitos, ignoramos a maior verdade de todas.
Felicidade e satisfação não são a proposta do Evangelho de Cristo. Jen Oshman fala do movimento que surgiu no início dos anos 2000, a partir de filósofos sociais que promoveram o deísmo terapêutico e moralista.
A “Cultura do Eu” e o exagero da autoestima estão se espalhando rapidamente pelo mundo. A Bíblia fala sobre isso usando o termo “amantes de si mesmos” (2 Timóteo 3).
O deísmo é uma ideia filosófica que defende a existência de Deus a partir da racionalidade, rejeitando desta forma qualquer tipo de religião e doutrinas. Deístas priorizam o livre pensamento e as experiências pessoais.
O deísmo que a autora cita — terapêutico e moralista — pode ser definido como uma crença de que Deus abençoa e leva para o céu as pessoas boas e sinceras que tentam viver uma vida decente aqui na terra.
Sobre os termos terapêutico e moralista
No deísmo, acreditar que agradar a Deus é estar em paz consigo mesmo e se sentir sempre bem, buscando a felicidade acima de tudo, é terapêutico.
Da mesma forma, crer que Deus abençoa e leva para o céu somente as pessoas boas e sinceras, que fazem tudo corretamente e “seguem as leis” da terra, é moralismo.
Ou seja, esse tipo de crença não representa o verdadeiro Evangelho, já que Deus não precisa estar envolvido na vida das pessoas, a não ser que haja momentos difíceis para que ele possa socorrer e livrar.
“Similar ao evangelho da prosperidade"
Jen compartilha sobre uma pesquisa que foi feita com 3 mil adolescentes norte-americanos sobre a crença em Deus. As respostas mostraram a realidade do deísmo terapêutico e moralista entre eles.
Ser bom e seguir as regras é suficiente para ir para o céu. “Essa filosofia evoluiu para o “acredite em si mesmo” e se Deus estiver colaborando com a felicidade, está tudo bem, podemos deixar Deus de lado”, explicou.
“Essa crença é um pouco similar ao evangelho da prosperidade, já que eles enxergam Deus como uma espécie de utopia — só me faça feliz e rico — pois por ser cristão eles acreditam que tudo deve dar certo para eles”, continuou.
“Deus nos criou com um propósito”
Esse tipo de cristão não espera muitas dificuldades e nem suporta muito sofrimento. “Mas esse não é o Evangelho genuíno, e sim um falso evangelho que invadiu nossas igrejas”, aponta a autora.
Ao mencionar o ministério de mulheres, Jen diz que há também esse conceito de crença em si mesmas, em vez de olharem para o Deus todo poderoso. “Mulheres são constantemente pressionadas a serem cada vez melhores, mas nunca sentem que fizeram o suficiente”, mencionou.
“Com frequência, elas vivem a rotina diária desanimadas, desiludidas e, muitas vezes, decepcionadas. Isso porque buscam a alegria na estratégia de auto aperfeiçoamento, mas a verdadeira alegria procede de uma identidade enraizada no que Deus diz que as mulheres são e no que Jesus fez por elas”, destacou.
“Nesse tipo de movimento, olhamos para dentro de nós, refletindo sobre nossos dons, habilidades e capacidades e pensamos no que podemos fazer. Que impacto podemos gerar? Em vez de perguntar quem é Deus, como é seu caráter e o que Ele espera de nós”, disse ainda.
A autora alerta sobre a questão dos cristãos de se preocuparem apenas com o comportamento e as ações. “É quase um legalismo: o que posso produzir? Em vez de contemplarmos a Deus e sua vontade. Deus nos criou com um propósito e tudo é por Ele e para Ele”, concluiu.
Assista (em inglês):