Autora diz que teologia do "acredite em si mesmo" é semelhante à da prosperidade

Jen Oshman explica que as pessoas estão focadas em que Deus as faça ricas e felizes, mas esse não é o Evangelho genuíno.

Fonte: Guiame, com informações de Editora FielAtualizado: sexta-feira, 6 de maio de 2022 às 14:29
Jen Oshman, autora do livro “Que Eu Diminua”. (Foto: Captura de tela/YouTube Ministério Fiel)
Jen Oshman, autora do livro “Que Eu Diminua”. (Foto: Captura de tela/YouTube Ministério Fiel)

Conforme a autora do livro “Que Eu Diminua — Encontrando alegria duradoura na era do eu — da editora Fiel, “quando negligenciamos o fato de que Deus nos fez com um propósito, a fim de sermos cristãos felizes e satisfeitos, ignoramos a maior verdade de todas. 

Felicidade e satisfação não são a proposta do Evangelho de Cristo. Jen Oshman fala do movimento que surgiu no início dos anos 2000, a partir de filósofos sociais que promoveram o deísmo terapêutico e moralista. 

A “Cultura do Eu” e o exagero da autoestima estão se espalhando rapidamente pelo mundo. A Bíblia fala sobre isso usando o termo “amantes de si mesmos” (2 Timóteo 3). 

O deísmo é uma ideia filosófica que defende a existência de Deus a partir da racionalidade, rejeitando desta forma qualquer tipo de religião e doutrinas. Deístas priorizam o livre pensamento e as experiências pessoais. 

O deísmo que a autora cita — terapêutico e moralista — pode ser definido como uma crença de que Deus abençoa e leva para o céu as pessoas boas e sinceras que tentam viver uma vida decente aqui na terra.

Sobre os termos terapêutico e moralista

No deísmo, acreditar que agradar a Deus é estar em paz consigo mesmo e se sentir sempre bem, buscando a felicidade acima de tudo, é terapêutico.

Da mesma forma, crer que Deus abençoa e leva para o céu somente as pessoas boas e sinceras, que fazem tudo corretamente e “seguem as leis” da terra, é moralismo. 

Ou seja, esse tipo de crença não representa o verdadeiro Evangelho, já que Deus não precisa estar envolvido na vida das pessoas, a não ser que haja momentos difíceis para que ele possa socorrer e livrar. 

“Similar ao evangelho da prosperidade"

Jen compartilha sobre uma pesquisa que foi feita com 3 mil adolescentes norte-americanos sobre a crença em Deus. As respostas mostraram a realidade do deísmo terapêutico e moralista entre eles.

Ser bom e seguir as regras é suficiente para ir para o céu. “Essa filosofia evoluiu para o “acredite em si mesmo” e se Deus estiver colaborando com a felicidade, está tudo bem, podemos deixar Deus de lado”, explicou. 

“Essa crença é um pouco similar ao evangelho da prosperidade, já que eles enxergam Deus como uma espécie de utopia — só me faça feliz e rico — pois por ser cristão eles acreditam que tudo deve dar certo para eles”, continuou. 

“Deus nos criou com um propósito”

Esse tipo de cristão não espera muitas dificuldades e nem suporta muito sofrimento. “Mas esse não é o Evangelho genuíno, e sim um falso evangelho que invadiu nossas igrejas”, aponta a autora. 

Ao mencionar o ministério de mulheres, Jen diz que há também esse conceito de crença em si mesmas, em vez de olharem para o Deus todo poderoso. “Mulheres são constantemente pressionadas a serem cada vez melhores, mas nunca sentem que fizeram o suficiente”, mencionou.

“Com frequência, elas vivem a rotina diária desanimadas, desiludidas e, muitas vezes, decepcionadas. Isso porque buscam a alegria na estratégia de auto aperfeiçoamento, mas a verdadeira alegria procede de uma identidade enraizada no que Deus diz que as mulheres são e no que Jesus fez por elas”, destacou. 

“Nesse tipo de movimento, olhamos para dentro de nós, refletindo sobre nossos dons, habilidades e capacidades e pensamos no que podemos fazer. Que impacto podemos gerar? Em vez de perguntar quem é Deus, como é seu caráter e o que Ele espera de nós”, disse ainda.

A autora alerta sobre a questão dos cristãos de se preocuparem apenas com o comportamento e as ações. “É quase um legalismo: o que posso produzir? Em vez de contemplarmos a Deus e sua vontade. Deus nos criou com um propósito e tudo é por Ele e para Ele”, concluiu. 

Assista (em inglês):

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