Uma das preletoras da conferência On Mission, a missionária Heidi Baker trouxe várias experiências e testemunhos de como Deus tem agido em Moçambique, país africano onde ela tem uma base missionária, especialmente voltada a crianças órfãs.
O evento, realizado de 11 a 14 de maio, na Paz Church, em São Paulo, teve a cobertura exclusiva do Guiame.
Casada com Rolland, desde 1995 o casal vive em Moçambique, onde estabeleceu seu ministério através da Iris Global, dedicada ao cuidado dos pobres e na evangelização dos moradores locais.
No início de sua mensagem e falando em português, Heidi questionou à plateia: Quem é o maior missionário que você conhece? Em seguida, leu Filipenses 2, onde diz que Jesus saiu de sua glória para vir à Terra como homem, para fazer uma grande missão.
Heidi contou que a pandemia pode ser entendida com duplo sentido: o primeiro, como algo devastador para todo o mundo e na África a situação foi ainda mais precária; o segundo, porque salientou generosidades e o cristianismo na vida de pessoas que se dedicam a apoiar os mais vulneráveis.
Horrores do terrorismo
Outra condição muito difícil em Moçambique, país que está em guerra levando a população à miséria, são os frequentes ataques de grupos terroristas, como o Al-Shabab.
A missionária descreveu cenas de cristãos sendo decapitados. Em um dia, um dos pastores que pertence à equipe de Heidi contou 56 corpos sem cabeça. “Tinha muito mais, porém, depois desse número, ele parou de contar porque seu coração estava totalmente devastado”, explicou ela.
“Ver como o Al-Shabab matava meus irmãos e irmãs, em nossa terra [Heidi vive em Moçambique], pessoas que eu dormia em suas casas durante muitos anos, éramos uma família, foi algo muito, muito difícil. Mas um dos nossos pastores locais, ao cair no chão, onde estavam os corpos, começou a sorrir”, conta.
Apesar daquelas atrocidades, Heidi diz que ele parecia demonstrar alegria, algo que só poderia ser explicado pela “presença de Deus em sua vida, algo do Espírito Santo”.
Ela lembrou que tudo isso está acontecendo exatamente agora, não é algo do passado, é hoje. Heidi acabou de sair de Moçambique para vir ao Brasil pregar na conferência de missões, mas apesar de deixar o país africano em meio ao caos, estava alegre, pois disse que Deus falou sobre não pregar triste.
“Preciso ser presente. Eu sou presente com o Espírito Santo e com vocês”, afirmou. “Mas essa mensagem custa para sair. Tem um preço”, disse.
Heidi contou que quando o pastor, em Moçambique, começou a sorrir ela se sentiu um pouco ofendida.
“Eu não entendia como podia sorrir, ele havia chegado com tanta gente, com sua família, e agora muitos e muitos estavam mortos pelos terroristas. Não era tempo de sorrir”, pensava a missionária.
Heidi diz que depois entendeu que aquele sorriso representava a força de Deus na vida dele.
A missionária disse ainda que a fé daquelas pessoas é tão grande que elas dizem: “Os terroristas podem nos matar, crucificar nossos filhos, queimar as nossas casas, mas eles não vão tirar Jesus dentro de nós”.
Comunhão e desafios
“Eu nunca vi algo tão bonito no meio de tanta tragédia e dor”, ela declarou. “Se você tem comunhão com o Espírito, não algo superficial, não perde tempo olhando o que acontece ao redor, apenas adora a Deus”.
“É a comunhão com Jesus que nos garante ouvir a sua voz”, diz Heidi. “Vê-lo face a face”.
Heidi fala que essa comunhão é que faz o cristão obedecer ao chamado. Ela contou que anos atrás Deus disse que eles alimentariam 3 mil crianças por dia, mas na época eles tinham apenas 500 dólares. “Era maluquice”, lembra. “Mas quando ouvimos a voz de Deus, só dizemos sim”. Hoje a Iris Global alimenta mais de 31 mil pessoas diariamente.
“Há grande sofrimento no mundo e nós temos Jesus”, lembra. “Cristãos reais não correm com medo dos desafios, fazemos o que Ele diz para fazermos”.
Após contar várias experiências e testemunhos no campo missionário, Heidi disse que a igreja precisa estar firmada cada vez mais em Jesus porque verá muitas coisas que nunca viu antes.