O sonho de Paula O'Keefe era ser missionária. Ela diz que desde criança, em Hampshire, ficava mergulhada em histórias de mulheres e homens que se arriscavam para levar o Evangelho àqueles que nunca tinham ouvido falar de Jesus.
Eram essas histórias que moviam Paula a se tornar missionária em lugares que precisam ouvir sobre Deus. Ela lembra que todas as vezes que seu pastor perguntava se alguém na congregação se sentia chamado para a missão, ela se levantava da cadeira e corria para a frente para receber oração.
Com o tempo, o plano de Paula era casar e conciliar o interesse pela ciência com sua paixão por Jesus. Para realizar esse projeto, ela queria se tornar uma médica missionária, mas Deus interveio.
“Quando eu estava fazendo o nível A de ciências para estudar medicina, o Senhor me pediu para desistir”, explica Paula, algo que ela achou complicado porque significava o seu futuro.
“O Senhor me levou a fazer psicologia, russo e ensinar na universidade – e então fui para a Rússia por 20 anos. Eu teria que ter um diploma russo em medicina para me tornar uma médica lá, mas eu poderia usar a psicologia e o ensino”, conta.
Mas, a língua eslava que Deus a havia incentivado a aprender quando jovem, se tornaria vital para o campo de batalha, para o qual Deus a chamaria a servir.
Agindo pela fé
Em 1993, Paula começou a ensinar inglês para estudantes em Krasnodar, no sul da Rússia, a 560 quilômetros de distância da Chechênia, onde um ano depois estouraria a guerra.
Ela conta que Dasha, sua colega de quarto que era cristã, teve um sonho profético de ir para o campo, logo depois se juntou a um pequeno grupo de outros crentes em uma viagem missionária a Grozny.
“Eles foram lá e basicamente procuraram jovens para convidar para um acampamento cristão. Seria um pouco como ir para a Ucrânia agora. Todos os jovens entregaram suas vidas ao Senhor, e assim eles tinham uma igreja em suas mãos”, conta.
Dasha logo se mudou para Grozny, apesar do conflito em curso, mas retornava a Krasnodar a cada dois meses, contando a Paula sobre a crescente igreja lá.
“O Senhor começou a falar comigo, dizendo que queria que eu fosse”, explica Paula. “No começo eu estava com muito medo de ir, e o Senhor me disse: 'Paula, quando sua mãe estiver feliz com isso, então você vai'. Eu pensei: Bem, isso não vai acontecer, não é?”, lembra.
Mas seis meses depois, quando sua mãe visitou a Rússia, ela recebeu sua resposta.
“Enquanto estávamos lá, mamãe viu as pessoas da Chechênia e viu que eu as amava e elas me amavam. Ela disse: 'Paula, eu tenho uma coisa para te dizer. Se o Senhor te chamar para ir à Chechênia, eu ficaria feliz com isso'”.
Paula diz que aquela “bênção foi a confirmação de que precisava”. Assim, aos 25 anos ela pegou um ônibus e foi para o país de maioria muçulmana, que estava devastado pela guerra.
Proteção e provisão
O tempo de ministração de Paula na Chechênia se estendeu por seis anos. Lá ela também se envolveu com ajuda humanitária a pessoas que foram destruídas pela invasão russa que durou dois anos, após o colapso da União Soviética e uma tentativa de independência.
Ela foi chamada a compartilhar sua fé em um país que viveu sob o comunismo ateu e agora estava sendo puxado para o abraço frio do islamismo radical.
“Havia muitas pessoas que estavam aprendendo sobre o Islã e muitas mesquitas sendo construídas... Havia muitas atrocidades começando a acontecer; mulheres sendo mortas por mostrarem o cabelo ou serem acusadas de adultério. Eles queriam a lei da Sharia”, conta.
Nessa época, Paula estava pastoreando a igreja que Dasha havia fundado. Ela se lembra de um momento particularmente dramático quando seis combatentes chechenos invadiram uma reunião de 80 novos crentes em um acampamento cristão, gritando para eles pararem de cantar.
“Por uma fração de segundo eu parei”, diz Paula. “E então pensei: Como alguém ousa me dizer para parar de adorar meu Jesus. Então eu comecei a dedilhar e cantar em línguas bem alto. A sala inteira começou a cantar e eu vi a cor sumir do rosto do cara que me disse para parar. Ele disse: “Desculpe!”, e eles fugiram; eles ficaram muito assustados! Quando chegarmos ao céu, descobriremos o que aconteceu – se eles viram anjos”, diz.
As histórias de Paula sobre a proteção e provisão de Deus durante seu tempo na Chechênia são numerosas e detalhadas em seu novo livro Miracles in the Midst of War (Milagres no meio da guerra, tradução livre).
“Vimos pessoas sendo curadas de todo tipo de coisa”, contou em entrevista à Megan Cornwell, da revista Premier Christianity.
Um dos milagres aconteceu durante um encontro com uma mãe cujo filho tinha paralisia cerebral. O menino, que nunca tinha falado ou andado, foi milagrosamente curado depois que Paula orou por ele. Outros exemplos incluem Deus avisando-a para não ir a lugares que mais tarde foram atacados por soldados.
Paula atribui a sua coragem a um forte sentido de vocação e de estar na vontade de Deus: “Adorei estar lá e ter nos braços as pessoas que passaram por tanta coisa; poder levar comida e sorrisos aos rostos das pessoas. É exatamente o que sou chamado a fazer... eu odiaria fazer um trabalho das nove às cinco presa [em um ambiente] na Inglaterra”, diz.
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