Realizada pela primeira vez no Brasil, a conferência On Mission contou com a participação de preletores internacionais. Os pastores norte-americanos Randy Clark, Heidi Baker e Tom Jones, o norueguês Leif Hetland, além do brasileiro e anfitrião do evento, Abe Huber, que é líder da Paz Church.
Durante quatro dias, a programação da conferência, que aconteceu de 11 a 14 de maio no campus Anália Franco da Paz Church em SP, foi distribuída em 12 sessões, entre ministrações com temas relacionados a missões e períodos de louvor, com cerca de 1 hora.
A abertura do encontro foi feita pelo Pr. Abe, que pregou o tema Missões Urbanas, destacando a importância de as igrejas terem um olhar missionário para as cidades, onde se concentram a maior parte da população e com tendência de crescimento nos próximos anos.
O Pr. Abe Huber, que vem de uma família missionária, com pais americanos que serviram no Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guiame, para falar sobre sua visão missiológica.
Guiame: O que significa para o Sr., como líder e para a Paz Church, abrigar um evento do porte do On Mission, falando exclusivamente, durante quatro dias inteiros, sobre missões?
Pr. Abe Huber: Eu vejo como uma demonstração da grande graça de Deus e até do amor de Deus, muito amor que ele tem por nós, porque é um privilégio muito grande receber o primeiro On Mission no Brasil. Eu creio que o Brasil será o maior país de missões do mundo. Esse é um momento histórico, e eu me sinto tão honrado em nossa igreja estar podendo ser a anfitriã desse momento tão especial, tão precioso.
G.: Qual o principal objetivo que o senhor, como líder da Paz Church, tem ao organizar um evento com tema central em missões?
A.H.: Nós acreditamos demais [enfatiza o pastor] que Deus quer que a igreja, e aqui falo da nossa igreja em SP, claro, alcance a cidade de São Paulo. Mas, como eu sempre digo para os nossos membros, nós estamos aqui com santas e segundas intenções, o objetivo principal que Deus nos mandou para São Paulo é para construirmos uma base enorme para enviarmos missionários para todas as nações da Terra.
G.: Então, esse treinamento e envio de missionários é o compromisso da Paz Church.
A.H.: Sim. Fazer missões faz parte do nosso DNA e uma conferência como essa faz parte de tudo que a gente acredita. Cremos na mesma importância [missionária] e visão que o Randy Clark e a sua equipe têm para as igrejas brasileiras. Eles servem de catalisadores para que a igreja brasileira alcance o seu destino divino nessa área da visão missionária.
Conferência On Mission, realizada na Paz Church, em SP. (Foto: Adriana Bernardo / Guiame)
G.: Já que o Sr. citou o Pr. Randy Clark, como é a relação dentro dessa visão missionária entre vocês?
A.H.: Temos a mesma visão missionária. E sou muito grato a Deus pelo pastor Randy e também acredito demais na importância desse chamado e nos objetivos da conferência On Mission.
G.: Seus pais saíram dos EUA e vieram ao Brasil para serem missionários, e essa tem sido uma visão de grande parte dos líderes daquele país. O Sr. acha que o Brasil já tem essa maturidade espiritual, essa visão de enviar missionários para outros lugares do mundo?
A.H.: Sim, sim. Eu acredito que o Brasil está mais do que pronto para realmente assumir o seu papel como um grande país missionário. É claro que existe muita carnalidade no meio da igreja brasileira, e até coisas bem erradas e tudo, mas em grande parte, eu conheço muitos e muitos pastores seríssimos, de igrejas sérias que estão levando igualmente a sério a Grande Comissão no Brasil, fazendo discípulos e multiplicando os grupos pequenos, implantando muitas igrejas aqui em nosso país. Então eu creio que agora é um momento importante do Brasil assumir mais um papel internacional também no exterior. Esse é um momento super propício e eu creio nisso de todo o meu coração.
G.: O Sr. abriu a conferência On Mission e em sua pregação falou sobre missões urbanas, focando a questão de pessoas que estão sem igreja, grupo chamado de “desigrejados”, e ainda naqueles que estão desviados. O Sr. acredita que esses grupos, que infelizmente têm crescido, fazem parte do alvo das missões urbanas?
A.H.: Sim. Eu realmente acredito. Inclusive, é interessante porque Jesus – claro que estava se referindo ao povo judeu, mas eu creio que tem uma aplicação hoje – falou para os seus discípulos irem atrás das ovelhas perdidas da casa de Israel. Eu acho que, queira ou não, deve ser, precisa ser, um dos nossos grandes focos agora, ao nos concentrarmos em missões.
G.: Esses grupos são crescentes no mundo inteiro?
A.H.: Infelizmente sim! Exceto em países super fechados (aqueles em que para ser cristã a pessoa paga um preço tão alto que ela não se desvia, porque para ser cristã ali ela já decidiu que está pronta para morrer, falo de países como a Coreia do Norte, Afeganistão e outros) aonde a gente for encontraremos muitos cristãos desigrejados e desviados. Em países da Europa, da África, das Américas... é quase uma praga que o maligno tem infestado.
G.: Como atuar nessa situação?
A.H.: A igreja tem que vir com uma proposta de fazer discípulos, de cuidar bem das vidas. E a obra missionária é essa. Inclusive aqui em São Paulo, uma coisa que nós temos visto muito interessante, é que ao trabalharmos e conquistarmos essas pessoas que estavam desigrejadas, elas ficam tão apaixonadas por Jesus, que se tornam missionárias. Essas pessoas, ao se afastarem da igreja, acabaram fazendo muitas amizades fora. Agora que elas estão apaixonadas de novo por Jesus, elas aproveitam para trazes essas amizades de fora para a igreja. É um fenômeno inverso. Então, olha que engraçado, como Deus está usando isso para o bem. Muitos estão se convertendo, ou se reconciliando... está sendo uma coisa muito linda que está acontecendo.
G.: Como o Sr. pensa que o pastor de uma igreja local, seja ela grande ou pequena, pode implantar uma visão missionária para o seu rebanho? Porque parece que há um pouco de distorção do que é missão, pois as pessoas pensam que ser missionário é apenas ir para a África. Como que esse pastor pode modular a sua igreja com uma visão correta do que é missão?
A.H.: Essa é uma boa pergunta, porque para eu receber o muito, eu preciso primeiramente ser fiel no pouco, a Bíblia diz. Então, como que eu quero ser um missionário em outra nação, se eu não estou sendo missionário no meu próprio quintal? No meu próprio bairro? Primeiro, nós desafiamos as pessoas com o seguinte: Você tem um chamado missionário? Isso é lindo, então vamos aprender aqui, vamos florescer onde nós estamos plantados, vamos ganhar vidas, vamos aprender como cuidar delas, vamos multiplicar os grupos pequenos, e aí você vai ser um bom missionário aqui. E nisso, com certeza, você estará se preparando para coisas bem poderosas e internacionais, também.
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