Ainda devemos jejuar? Pastores dizem que sim: “Jejum nos faz sensíveis ao Espírito Santo”

Abe Huber e Luciano Subirá afirmam que há algo de extraordinário por trás do jejum: ‘gera percepção espiritual’

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: segunda-feira, 27 de setembro de 2021 às 17:57
Pastor Abe Huber e pastor Luciano Subirá falando sobre o jejum. (Foto: Reprodução/YouTube)
Pastor Abe Huber e pastor Luciano Subirá falando sobre o jejum. (Foto: Reprodução/YouTube)

Durante uma gravação com o pastor Abe Huber, da Paz Church São Paulo, pelo YouTube, o pastor Luciano Subirá, do ministério Orvalho, falou sobre a necessidade do jejum nos dias de hoje.

Embora muitos cristãos já tenham descartado o jejum ou nem mesmo cogitado a possibilidade de fazê-lo, classificando-o como algo que pertenceu à Antiga Aliança, Subirá aponta para ele como uma disciplina espiritual.

“O Novo Testamento não ordena o jejum, mas Jesus falou dessa prática com uma expectativa”, disse Subirá. “Não podemos dizer que o crente que não jejua está pecando”, continuou. Mas, de acordo com o pastor, quem não jejua deixa de viver uma experiência mais profunda com Deus.

40 dias: é possível jejuar por longos períodos

“E a vida de Jesus é para ser imitada de forma geral”, lembrou o pastor Abe Huber. O que não deve acontecer, segundo os teólogos, é usar a prática do jejum como forma de “barganhar com Deus”.

Eles explicam que, no Velho Testamento, o jejum está associado à aflição da alma, mas ele também massacra a carne. “Então, a ideia do jejum é quebrar a força da carne para a libertação do espírito”, justificou o pastor Abe, que acredita que “o jejum tem a ver com a liberação da nossa fé”. 

Subirá compartilhou que “teve o privilégio de ser inspirado por pessoas que jejuavam, e com jejuns prolongados. “Quando essa prática é desmistificada, ajuda muito”, completou.

O líder do movimento Orvalho também revelou que já teve a experiência de jejuar durante 40 dias, em 2018. “Eu fiquei em crise por causa do meu temperamento, que é colérico. Eu era como um vulcão que não podia entrar em erupção, mas durante o jejum eu não fiquei irritado”, contou.

Depois Subirá explicou que a irritação é a carnalidade que se manifesta e que esse tipo de sentimento é quebrado durante o jejum. “A carne não estava mais sendo alimentada. Não tinha comida e nem entretenimento, só Bíblia e oração”, detalhou.

Concluindo assim que, o jejum remove a força dos sentimentos e das emoções sobre o espírito, que é onde opera a fé.

Há algo de extraordinário por trás do jejum

Os dois pastores concordaram que o mais extraordinário por trás do jejum está no sentido de “massacrar a carne e gerar percepção no espírito”. Mas, nem todas as pessoas conseguem.

A tendência, então, é apontar para o jejum como algo ultrapassado, desnecessário e sem valor espiritual. “Para quem não jejua, é mais fácil atacar quem jejua”, explicou Subirá. 

Ele também esclareceu que “as pessoas precisam entender que o jejum não muda a Deus, mas muda a nós”. Além disso, disse que a prática de jejuar não deve ser usada como um mérito humano e nem deve ser motivo de orgulho como era para os fariseus.

Outro ponto importante, é saber que o jejum não deve ser associado ao sofrimento. “Eu não gosto muito dessa coisa de ‘ter que pagar preço’. Para jejuar é preciso se preparar, tanto para entrar como para sair [do jejum]”, pontuou.

Há demônios que só saem com jejum e oração?

Sobre o texto de Marcos, no capítulo 9, onde diz que os discípulos não conseguiram expulsar um demônio e Jesus disse a eles: “Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum”, os pastores esclareceram que Jesus falava da incredulidade deles. 

Citando algumas versões bíblicas, eles mostraram que algumas falam de casta e outras de espécie. “A autoridade para expulsar demônios está no nome de Jesus e não no jejum”, disse Subirá.

Na verdade, dentro do contexto, Jesus estava dizendo que o jejum seria um auxiliar para os discípulos durante as orações. “O jejum nos auxilia na consciência da autoridade que nos foi dada”, esclareceu querendo dizer que os discípulos não conseguiram expulsar aquele demônio porque a incredulidade os atrapalhou.

Quando essa incredulidade é quebrada com jejum e oração, e a fé é alimentada com a Palavra, a consciência da autoridade muda. “A incredulidade deles estava impedindo o fluir da fé”, completou Abe.

A fé pode ser bloqueada pelos “entulhos da alma”

Subirá ressalta que a fé é espiritual. “Mas, muitas vezes, a fé do coração não se expressa porque tem um monte de entulho de incredulidade da alma e da carne. O jejum ajuda a remover esse entulho”. 

Ele assegura que o jejum não é algo impossível de ser feito, que não é cheio de regras e que há vários formatos, mas que cada pessoa precisa descobrir seus próprios limites.

Mesmo tendo jejuado por períodos prolongados, Subirá ainda acredita que tem muito o que aprender sobre o assunto. A conclusão de todas as suas experiências é que “o jejum libera a nossa fé, nos faz mais sensíveis ao Espírito Santo e faz o nosso próprio espírito se libertar”.

 

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