Igreja socorre refugiados ucranianos e afegãos: “Devemos mostrar a graça de Deus”

Luiz Sayão explica que o amor incondicional “abre a mente e o coração das pessoas para receber o Evangelho”.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 1 de abril de 2022 às 14:23
Igreja onde os refugiados estão sendo socorridos, na Polônia. (Foto: Arquivo pessoal/Luiz Sayão)
Igreja onde os refugiados estão sendo socorridos, na Polônia. (Foto: Arquivo pessoal/Luiz Sayão)

Depois da invasão russa à Ucrânia, a Igreja espalhada em várias partes do mundo se mobilizou, mais uma vez, para estender a mão aos refugiados. É o caso da IBNU (Igreja Batista Nações Unidas), liderada pelo pastor e hebraísta Luiz Sayão.

Em entrevista ao Guiame, ele falou sobre a importância da ação humanitária nos dias atuais. Em parceria direta com a JMM (Junta de Missões Mundiais) e a Missão Esperança, o pastor revela que a IBNU tem enviado recursos para os irmãos ucranianos.

“Já levantamos uma quantidade significativa de recursos e enviamos para a fronteira entre Ucrânia e Polônia. O nosso parceiro Anatoliy Shmilikhovskyy tem coordenado a ajuda aos refugiados por lá, enviando alimentos e ajuda essencial para a Ucrânia”, contou.


Pastor Luiz Sayão e o missionário Anatoliy Shmilikhovskyy, na Igreja Batista Central de Lviv, 2018. (Foto: Arquivo pessoal/Luiz Sayão)

Socorro aos ucranianos

O pastor mencionou que alguns membros da IBNU foram deslocados para a fronteira a fim de socorrer os mais necessitados por causa da guerra. 

Ele explica que os laços com a Igreja na Ucrânia são fortes porque a IBNU já realiza trabalhos no leste europeu há vários anos. 

“Nós apoiamos o trabalho feito ali com o treinamento de pastores e líderes, por isso o que está acontecendo aos ucranianos é uma questão forte para nós”, compartilhou. 

Como a maior parte dos refugiados ucranianos está se estabelecendo na Europa, a IBNU está focada no envio de recursos e voluntários para lá. 

O missionário ucraniano Anatoliy, que é apoiado pela IBNU, disse durante uma live com o pastor Sayão e seu filho Israel Sayão, que a Ucrânia passa por um momento sombrio. “Sabemos que demônios estão atuando”, disse.

‘Deus endureceu o coração de Putin’

Diante da catástrofe humanitária e das cenas terríveis, o missionário explica que os russos não estão cientes de tudo. 

“Na TV nacional russa não passa nada disso. O povo não sabe o que está acontecendo na Ucrânia. Eles estão achando que o ‘libertador’ Putin está liberando a Ucrânia dos nazistas. Só a população que tem acesso à internet, que é uma minoria, entende a situação”, revelou. 

“Como ucraniano, às vezes, tenho vontade de pegar numa arma, mas o meu coração foi alcançado pela graça de Cristo e eu entendo que o Putin é um pecador como eu e precisa dessa graça também”, reconheceu.

Anatoliy, porém, mencionou um episódio relatado no livro de Êxodo, quando Deus endureceu o coração do faraó, atribuindo o mesmo ao caso de Putin. “Eu não sei explicar isso do ponto de vista teológico, mas do ponto de vista prático, eu pergunto: Senhor, até quando?”, refletiu. 

Para ele, essa guerra só vai parar se acontecer uma dessas três coisas: “Se o Putin morrer, se o povo bater na porta do Putin e exigir que ele pare ou se Deus fizer um milagre”. 

Mas o missionário também apontou para uma esperança. “No meio da escuridão sempre aparece uma luz. Vemos pessoas se mobilizando para ajudar e isso nos traz esperança”, manifestou. 

 

Refugiados afegãos continuam precisando de ajuda

Embora a imprensa esteja focada em mostrar a guerra entre Ucrânia e Rússia, a Igreja não se esqueceu que o Afeganistão continua em agonia.

Depois que o Talibã tomou o poder, em agosto de 2021, notícias de atrocidades e crimes de guerra não param de chegar. 

Os cristãos afegãos estão sendo caçados” e perseguidos violentamente. Ativistas de direitos humanos alertam que os talibãs parecem bem dispostos a cometer genocídio contra os seguidores de Cristo e minorias religiosas, em nome de Alá.


Refugiados afegãos na IBNU. (Foto: Reprodução/Instagram Luiz Sayão)

Sayão conta que a IBNU se envolveu com a questão dos refugiados afegãos desde o início. “Continuamos na missão de trazer famílias afegãs para o Brasil, através de ajuda humanitária e jurídica, até que essas pessoas possam organizar suas vidas”, disse. 

“Devemos mostrar a graça de Deus de maneira concreta, através do amor incondicional. Devemos ajudar sem esperar nada em troca”, continuou ao explicar que a ajuda alcança cristãos e não cristãos. “Isso abre a mente e o coração das pessoas para receber o Evangelho”, concluiu. 

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