Após testes com mísseis, Irã é criticado por descumprir acordo nuclear

Uma carta conjunta, assinada pelos Estados Unidos e países da Europa criticaram os recentes testes com mísseis, feitos pelo Irã.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: quarta-feira, 30 de março de 2016 às 12:42
Irã faz teste com míssil capaz de carregar armas nucleares. (Foto: Reuters)
Irã faz teste com míssil capaz de carregar armas nucleares. (Foto: Reuters)

O Irã tem desafiado uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas presente no acordo nuclear histórico do ano passado, com o lançamento de mísseis de capacidade nuclear, segundo uma carta conjunta dos Estados Unidos e seus aliados europeus, vista pela Reuters na última terça-feira (29).

Recentes testes balísticos do Irã envolveram mísseis capazes de transportar armas nucleares e eram "desafiadores" e "incompatíveis" com a Resolução do Conselho 2231, adotada em julho passado (2015), segundo informou a carta conjunta, assinada pela União Europeia (britânicos, franceses, alemães) ao Embaixador espanhol da ONU, Roman Oyarzun Marchesi e ao chefe da ONU, Ban Ki-moon.

A carta dizia que os mísseis utilizados nos recentes lançamentos eram "inerentemente capazes de transportar armas nucleares". O docuemento também pediu que o Conselho de Segurança discuta "respostas apropriadas" ao fracasso do Irã em cumprir com as suas obrigações e pediu que o chefe da ONU apresente um relatório sobre a inconsistência entre o trabalho iraniano com mísseis e a Resolução 2231.

Foi atribuída à Espanha, a tarefa de coordenar as discussões do conselho sobre a Resolução 2231.

Diplomatas do Conselho afirmam que as novas sanções da ONU são fracas e articulam-se na interpretação da linguagem ambígua em uma resolução adotada como parte do acordo nuclear de Julho, que deveria restringir drasticamente o trabalho nuclear do Irã.

Autoridades ocidentais dizem que, embora os lançamentos possam contrariar a Resolução 2231, eles não seriam uma violação do acordo nuclear núcleo entre o Irã, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos.

A Rússia, um membro permanente do conselho com poder de veto, deixou claro que não apoia novas sanções da ONU contra o Irã. Tanto a Rússia como a China fizeram lobby contra as restrições sobre o programa de mísseis do Irã durante as negociações do ano passado.

Os Diplomatas dizem que os poderes-chave concordam que o pedido não é juridicamente vinculativo e não pode ser imposto sob o Capítulo 7 da Carta da ONU, que trata de sanções e de autorização da força militar. Mas os países ocidentais, que vêem a linguagem como uma proibição, dizem que há uma obrigação política a ser cumprida pelo Irã.

As sanções internacionais contra Teerã foram suspensas em Janeiro, após a assinatura do acordo nuclear.

O comandante da bateria de mísseis Guarda Revolucionária do Irã disse que os mísseis testados foram projetados para serem capazes de atingir Israel (aliado dos EUA). Os Estados Unidos condenaram as observações e a Rússia disse que os países não devem fazer ameaças entre si.

A carta disse que as quatro potências ocidentais observam "com preocupação que os líderes militares iranianos supostamente reivindicaram que estes mísseis são projetados para serem uma ameaça direta a Israel".

Vários diplomatas disseram que o Irã poderia esperar uma repreensão pública do Conselho de Segurança da ONU. Sob o acordo nuclear, a reinstituição das sanções da ONU só seriam desencadeada por violações das restrições acordadas no programa atômico do Irã.

Mas uma repreensão por parte do Conselho poderia ser um "trampolim legal" para os países europeus considerarem novas sanções contra o Irã, segundo informaram diplomatas ocidentais.

 

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