De acordo com o The Times of Israel, o Irã disse que só retornará à Viena, capital da Áustria, para reativar questões sobre o acordo nuclear com potências mundiais, mas deixou claro que não haverá novas negociações.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, disse a repórteres em Teerã, nesta segunda-feira (4), que ainda há questões pendentes aguardando respostas de Washington.
“Se Washington responder às questões pendentes, podemos ir a Viena o mais rápido possível”, disse ao comentar que pretende reviver o acordo que é conhecido formalmente como “Plano de Ação Abrangente em Conjunto” (JCPOA), com Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia diretamente, e os Estados Unidos indiretamente.
Negociações interrompidas pela Rússia
No mês passado, as negociações foram interrompidas depois que a Rússia exigiu garantias de que as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia não prejudicariam seu comércio com o Irã.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Moscou recebeu as garantias necessárias de Washington sobre o comércio com o Irã.
Entre os principais pontos de discórdia está a exigência de Teerã de remover da lista de terroristas dos EUA a Guarda Revolucionária — braço ideológico das forças armadas iranianas.
Sanções impostas pelos EUA
Washington confirmou, recentemente, que as sanções permanecem mesmo que a organização for retirada da lista. “Hoje, na fase final, os Estados Unidos buscam privar o Irã dos benefícios econômicos do acordo”, disse Saeed.
O acordo concedeu alívio das sanções ao Irã em troca de restrições em seu programa nuclear para garantir que Teerã não desenvolva uma arma nuclear — algo que sempre nega estar fazendo.
A retirada unilateral dos EUA do acordo, em 2018, sob o então presidente Donald Trump e a imposição de sanções econômicas severas levaram o Irã a reverter seus compromissos.
As negociações de Viena visam devolver os EUA ao acordo nuclear, inclusive por meio do levantamento das sanções ao Irã e garantir o cumprimento total de Teerã com seus compromissos.
Acordo nuclear foi pauta em reunião do Acordo de Abraão
A reunião diplomática que aconteceu no dia 28 de março, entre os ministros das Relações Exteriores de Israel, Estados Unidos e quatro governos árabes, lamentaram a fraqueza do acordo nuclear.
O assunto foi uma das principais pautas entre os líderes presentes, que adotam uma posição comum sobre o Irã, especialmente porque as negociações para reviver o acordo nuclear iraniano de 2015 atingem um estágio avançado.
“Nossa intenção é encontrar uma maneira de trabalhar funcionalmente com o Irã”, disse Gargash, que é assessor diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos, ao se referir à necessidade de uma agenda estável.
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