Dias depois de o Estado Islâmico ter avisado aos muçulmanos do Egito para "ficarem longe de encontros cristãos", o grupo terrorista matou um cristão dentro de uma barbearia.
Nabil Saber Ayoub, de 50 anos, foi morto no sábado à noite, na cidade costeira de El-Arish. Ele é pelo menos o sétimo cristão assassinado na região após uma onda de ataques nos últimos meses em todo o país. O ataque mais devastador ocorreu no domingo de Ramos, quando homens-bomba atacaram duas igrejas, deixando 27 mortos e dezenas de feridos.
Agora, um ex-funcionário de Obama diz que Ayoub e outros cristãos egípcios "merecem a perseguição religiosa que sofrem por parte do Estado Islâmico".
Mohamed Elibiary foi membro do Conselho Consultivo de Segurança Interna sob a administração Obama.
Em uma publicação do Twitter durante o fim de semana, Elibiary disse que, como muitos cristãos coptas egípcios apoiaram a remoção do líder da Irmandade Muçulmana em 2013, eles deveriam ver sua situação como retribuição por suas ações.
Elibiary até elogiou o Estado Islâmico por matar cristãos, usando o termo "Subhanallah", que é a palavra árabe para "Glória a Alá".
"Lendo a mais recente revista do Estado Islâmico, que 'discrimina' os coptas do Egito", postou ele na rede social. "Subhanallah' como tudo o que vai, volta. Líderes cristãos coptas fizeram o mesmo aos egípcios da Irmandade Muçulmana"
Entre as características da revista estava um artigo intitulado "A decisão sobre os cristãos beligerantes", que elogia os recentes ataques do Estado Islâmico contra os cristãos coptas no Egito.
"Entre esses feitos abençoados estavam os ataques sucessivos que os soldados do Estado Islâmico em Misri e no Sinai realizaram contra os cristãos nessas terras, atacando-os com assassinatos e afligindo suas igrejas com incêndios e explosões", disse o artigo da revista, segundo o jornal 'Daily Caller'.
"Os últimos ataques abençoados contra eles foram as explosões simultâneas em duas de suas maiores igrejas, uma no norte de Misri e outra no sul de Misri, nas cidades de Alexandria e Tanta em seu feriado no 12o do mês de Rajab no ano 1438", acrescentou o texto citando os recentes ataques às duas igrejas coptas, no Domingo de Ramos da páscoa deste ano (2017).
Em uma declaração ao Daily Caller News, Elibiary disse: "É uma vergonha que o Egito e sua sociedade tenham sido destruídos a este grau pela entrada dos militares na política e na economia".
Ódio
Patrick Poole é um especialista em segurança nacional e terrorismo do site norte-americano 'PJMedia.com' e caracterizou as declrações de Elibiary e da revista do Estadi Islâmico como "ódio anti-cristão".
"Este padrão de ódio anti-cristão da parte de Mohamed Elibiary continuou por anos", escreveu Poole no 'PJMedia'.
"Ele não foi apenas nomeado para o Conselho Nacional de Segurança e Moradia, mas também serviu na agência de Combate ao Terrorismo e Violência, 'desenvolvendo as políticas de 'desradicalização", acrescentou Poole.
O jornalista Ryan Mauro entrevistou Elibiary e escreveu extensivamente sobre o suposto apoio de Elibiary a grupos como a Irmandade Muçulmana.
"Este é um cara que elogia a Irmandade Muçulmana quase todos os dias", disse Mauro, um Shillman Fellow no Projeto Clarion.
"Quando ele acorda de manhã, ele posta no twitter sobre como é maravilhosa a Irmandade Muçulmana... e por isso ele tem há muito tempo, se levantado contra os cristãos coptas", acrescentou.