O grupo radical islâmico Jamaat-ul-Ahrar - responsável pelos ataques contra cristãos em Lahore (Paquistão), durante o domingo dessa Páscoa - ameaçou que, outras ações "devastadoras" contra os ainda cristãos estão por vir. Cerca de 73 pessoas foram mortas no ataque. A maioria eram mulheres e crianças.
Ehsanullah Ehsan, um porta-voz do grupo que era um braço do Taliban paquistanês, disse à NBC News durante uma entrevista publicada na última segunda-feira que os extremistas estão planejando "ataques mais devastadores, que terão como alvo os cristãos e outras minorias religiosas, bem como instalações do governo".
Ehsan identificou o homem-bomba que se explodiu no ataque em Lahore como Salahuddin Khorasani, descrevendo-o como um mártir que "realizou o ataque na véspera do festival cristão de Páscoa".
Ele acrescentou que Khorasani foi treinado em uma região remota no Afeganistão, antes de ser levado para realizar o ataque suicida.
Ehsan negou que o grupo Jamaat-ul-Ahrar tenha qualquer relação com o grupo terrorista Estado Islâmico - que está ativo no Iraque e na Síria - e explicou que o alvo de seus ataques são cristãos e representantes do governo central.
O mesmo grupo lançou uma série de ataques com bombas desde que se separou da grande organização Taliban paquistanês, em meados de 2014, e assumiu a responsabilidade pelo bombardeio duas igrejas cristãs em Lahore no ano passado.
O porta-voz revelou que o líder Jamaat-ul-Ahrar Maulvi Omar Khalid tinha sido ferido em ataques aéreos na província de Nangarhar, há dois anos, e disse que o ataque realizado na Páscoa em Lahore era uma vingança contra o governo.
"Decidimos dar uma lição no primeiro-ministro Nawaz Sharif, que lançou a operação militar contra nós", disse Ehsan.
Enquanto o governo do Paquistão prometeu fazer justiça pelas as vítimas do ataque e derrubar o grupo terrorista, líderes muçulmanos de todo o mundo condenaram o ataque terrorista, expressando sua "indignação" pela "desumanidade" do assassinato de dezenas de cristãos.
"Nós condenamos fortemente o ataque em Lahore e expressamos nossas mais profundas condolências às famílias de todas as vítimas. Devemos nos unir para expressar o nosso horror claramente sobre tais atos de desumanidade", dizia uma carta assinada por Mohamed Fatris Bakaram, o Mufti [líder islâmico] de Singapura, enviado a Igreja Católica do país.