Motivo de protestos em 2019, nova lei de segurança de Hong Kong deve punir cristãos

Aprovada por unanimidade, a nova lei de segurança de Hong Kong passa a ser aplicada em 1º de julho.

Fonte: Guiame, com informações da ICCAtualizado: quarta-feira, 1 de julho de 2020 às 14:34
As pessoas fazem oração em memória do estudante universitário Alex Chow morto durante manifestações em Hong Kong. (Foto: Anthony Kwan/Getty Images)
As pessoas fazem oração em memória do estudante universitário Alex Chow morto durante manifestações em Hong Kong. (Foto: Anthony Kwan/Getty Images)

Motivo de uma série de protestos em Hong Kong durante o ano de 2019, a lei de segurança nacional proposta pelo território autônomo deixou os cristãos de Hong Kong preocupados com a potencial perda de liberdade.

O mote dos protestos é a luta pela democracia, sistema político inexistente na China, governada por regime comunista (Partido Comunista Chinês – PCC).

Durante os protestos, que tiveram adesões de grupos cristãos, mais de 40 líderes ligados a igrejas, seminários e organizações religiosas receberam mensagens ameaçadoras de fontes anônimas.

Embora o projeto oficial das leis ainda não tenha sido oficialmente divulgado, a polêmica legislação que foi submetida na quinta-feira para deliberação abrange quatro categorias de crimes: sucessão, subversão do poder do estado, atividades terroristas locais e colaboração com forças estrangeiras ou externas para pôr em perigo segurança nacional.

Segundo essas leis, centenas de líderes cristãos de Hong Kong que apoiaram o movimento democrático de Hong Kong podem ser extraditados para a China continental para serem julgados, já que Pequim os considera ameaças ao regime.

Outras organizações cristãs que se manifestaram ativamente contra o governo de Hong Kong podem enfrentar o mesmo destino, já que Pequim disse que considera os protestos em massa iniciados em junho passado como atos terroristas e qualquer apelo à independência de Hong Kong da China atos de sedição.

Pedidos ignorados

Grupos cristãos locais, incluindo os cristãos da Sociedade de Hong Kong, a Hong Kong Christian Fellowship of Social Concern e a Comissão de Paz e Justiça da Diocese de Hong Kong, estão entre as 86 organizações de direitos humanos e justiça social que escreveram uma carta aberta em 16 de junho a Li Zhanshu, presidente do Comitê Permanente do NPC, exigindo que a lei não fosse aprovada.

O notório sistema jurídico da China e sua falta de transparência podem facilmente criminalizar alguém e colocá-lo na cadeia.

Muitos pastores e cristãos chineses, como o pastor Wang Yi, o ancião Qin Derfu, o pastor John Cao, agora estão presos por acusações falsas, como “subversão do poder do estado”, “passagem ilegal de fronteira” e “operação comercial ilegal. "

Muitos temem que a aprovação desta legislação fará com que Hong Kong perca para sempre o status de “Um país, dois sistemas”, transformando-se simplesmente em uma cidade costeira comum na China.

O ativista cristão Joshua Wong, um dos fundadores do grupo pró-democracia Demosisto, disse que com essa legislação "ninguém poderia ter certeza [do que acontecerá] amanhã".

O Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, o órgão legislativo da China, ainda está finalizando os detalhes da lei.

 

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