A Rússia alertou para o risco “real” de haver uma Terceira Guerra Mundial nesta segunda-feira (25), enquanto os Estados Unidos e seus aliados ocidentais têm prometido o envio de mais armas à Ucrânia.
Falando a agências de notícias russas, o ministro das Relações Exteriores de Moscou, Sergei Lavrov, alertou que o risco da Terceira Guerra Mundial “é sério” e culpou Kiev pelo fracasso nas negociações de paz.
“É real, você não pode subestimar", disse Lavrov sobre as possibilidades de desencadear um conflito com armas nucleares.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vem há meses pedindo armas ao Ocidente, incluindo artilharia e caças. Apesar de relutar em aprofundar o envolvimento na guerra, diversos países da OTAN estão se comprometendo a fornecer equipamentos de defesa à Ucrânia.
No fim de semana, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se encontraram com Zelensky em Kiev e prometeram US$ 700 milhões em nova ajuda à Ucrânia.
“O primeiro passo para vencer é acreditar que você pode vencer”, disse Austin a um grupo de jornalistas, após encontrar o presidente ucraniano. “Acreditamos que podemos vencer - eles podem vencer — se tiverem o equipamento certo e o suporte certo.”
A convite dos Estados Unidos, 40 países participam de uma cúpula de segurança nesta Alemanha na terça-feira (26) para discutir o envio de mais armas para a Ucrânia, bem como para garantir a segurança do país quando a guerra terminar.
Entre os países convidados estão países que sentem-se ameaçados pelas ambições territoriais da China, como Austrália e Japão; além da Finlândia e Suécia, que têm considerado aderir à OTAN desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Cenário de morte e destruição
Enquanto as negociações diplomáticas permanecem incertas, civis continuam morrendo em meio a combates violentos na Ucrânia devastada pela guerra.
A invasão causou a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, forçando a saída de mais de 5,3 milhões de ucranianos do país e deixando um quarto da população deslocada.
Em 25 de março, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que 1.351 soldados russos foram mortos em combate e outros 3.825 feridos. Também alegou que 14.000 soldados ucranianos foram mortos e 16.000 feridos por este ponto.
Em 16 de abril, a Rússia informou que 23.367 militares ucranianos foram mortos, mas os dados foram desmentidos pela Ucrânia dez dias depois.
Em 26 de abril, a Ucrânia disse que cerca de 22.100 soldados russos morreram, enquanto suas forças tiveram entre 2.500 e 3.000 mortos e cerca de 10.000 feridos.
O governo ucraniano informou ainda que, até 18 de abril, mais de 200 crianças foram mortas durante o conflito e outras centenas foram feridas. Pelo menos 31 cidadãos estrangeiros de 15 países foram mortos durante a guerra.
Presidente ucraniano tem apelado pelo apoio do Ocidente. (Foto: Gabinete do Presidente da Ucrânia)
O promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, em Haia, nos Países Baixos, se juntará a uma equipe de investigações da União Europeia para investigar “supostos crimes internacionais centrais cometidos na Ucrânia”, disseram autoridades.
O promotor-chefe visitou a cidade de Bucha — cenário de assassinatos de civis que a Ucrânia atribuiu às forças russas — há quase duas semanas. A Rússia negou a responsabilidade pelas mortes.
"A Ucrânia é uma cena de crime. Estamos aqui porque temos motivos razoáveis para acreditar que crimes dentro da jurisdição do tribunal estão sendo cometidos”, disse Karim Khan.
Crise econômica e alimentar
Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que o mundo — em especial, as nações asiáticas — está sendo afetado pela guerra. Ele observa que a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções ocidentais contra Moscou estão elevando os preços dos alimentos e combustíveis em todo o mundo.
“Este é um momento desafiador para os formuladores de políticas, que tentam lidar com as pressões sobre o crescimento e combater a inflação crescente”, escreveu a autoridade do FMI, Anne-Marie Gulde-Wolf, em um blog.