Ditador da China Xi Jinping diz que religiões no país devem se adaptar ao socialismo

O líder comunista ainda defendeu mais punição aos fiéis que usam as redes sociais para evangelizar ou fazer críticas ao governo.

Fonte: Guiame, com informações de Gazeta do Povo e UCA NewsAtualizado: quarta-feira, 15 de dezembro de 2021 às 19:44
O ditador enfatizou o aumento da vigilância online e o controle mais rígido da religião. (Foto: Wikimedia Commons Пресс-служба Президента России).
O ditador enfatizou o aumento da vigilância online e o controle mais rígido da religião. (Foto: Wikimedia Commons Пресс-служба Президента России).

O ditador da China, Xi Jinping, afirmou que as religiões no país devem se adaptar ao socialismo. A declaração autoritária aconteceu durante a conferência nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) sobre assuntos religiosos, no início de dezembro, em Pequim, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua News.

“Esforços são necessários para reunir e orientar melhor os crentes religiosos a trabalhar em conjunto com o público em geral para desenvolver a China em um grande país socialista moderno em todos os aspectos e realizar o sonho chinês de revitalização nacional”, afirmou Jinping.

“É necessário cultivar uma equipe de funcionários do partido e do governo que sejam proficientes nas visões religiosas marxistas, familiarizados com o trabalho religioso e bons em trabalhar com crentes religiosos, e deixá-los estudar as visões religiosas marxistas, as teorias e políticas de trabalho religioso do PCC”.

No discurso, o ditador enfatizou a implementação de políticas marxistas, o aumento da vigilância online de assuntos religiosos e o controle mais rígido da religião para garantir a suposta “segurança nacional''. Ele também pediu mais punição aos fiéis que usam as redes sociais para evangelizar ou fazer críticas à política do governo.

O líder comunista ressaltou que todas as atividades religiosas devem ser realizadas dentro da lei. Xi Jinping ainda afirmou que, apesar da liberdade de credo na China garantir o respeito às crenças pessoas, é necessário “orientar ativamente as religiões a se adaptarem à sociedade socialista”. 

Segundo especialistas em perseguição, o resultado da conferência vai alimentar ainda mais o medo entre os grupos religiosos, que já enfrentam uma repressão cada vez maior desde que Xi Jinping assumiu o poder em 2013.

Repressão ao cristianismo

As autoridades na China continuam com sua forte repressão ao cristianismo, removendo os aplicativos de Bíblia e as contas públicas do Christian WeChat, à medida que novas ordens administrativas altamente restritivas contra funcionários religiosos entraram em vigor este ano.

Conforme a Portas Abertas, a China é o 17º pior país do mundo no que diz respeito à perseguição aos cristãos. Além disso, a organização observa que todas as igrejas são vistas como uma ameaça, caso se tornem muito grandes, muito políticas ou caso convidem visitantes estrangeiros.

O Departamento de Estado dos EUA classificou a  China como um “país de preocupação especial por continuar a se envolver em violações particularmente graves da liberdade religiosa”. 

Mas os cristãos não são os únicos a enfrentar a perseguição nas mãos do PCC. As estimativas sugerem que de 1 a 3 milhões de uigures e outros muçulmanos étnicos foram submetidos a campos de “reeducação chinesa” na província de Xinjiang, onde são ensinados a serem “cidadãos seculares que se alinham com o PCC”.

Em janeiro, o Departamento de Estado dos EUA reconheceu o tratamento dado pela China aos uigures como um “genocídio”. A China também teria violado os direitos dos praticantes do Falun Gong e budistas tibetanos.

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