A China está reforçando seu controle sobre os cristãos do país através de repetidos esforços para perseguir e silenciar a Igreja em diversas partes do país que vive sob um regime comunista, cada vez mais opressor.
O exemplo mais recente aconteceu no último domingo, quando oficiais do Partido Comunista detiveram o pastor Wang Yi, da 'Early Child Covenant Church', e mais de 100 membros, segundo o The Wall Street Journal.
Diácono da igreja, Zhang Guoqing disse ao jornal 'South China Morning Post' que a casa do pastor Wang foi invadida e que a igreja agora está proibida de realizar qualquer reunião.
"Sua casa foi saqueada. Foi uma bagunça", disse Zhang. "A polícia disse que nossa igreja é uma organização ilegal e não podemos participar de mais reuniões a partir de agora".
O pastor Wang é um crítico aberto do presidente Xi Jinping e de seus novos regulamentos, que exigem que todas as igrejas sejam registradas no Estado para se adequarem aos moldes comunistas.
Ele organizou uma petição há vários meses, que condenou o governo por visar igrejas não registradas. A petição ganhou mais de 400 assinaturas de pastores em todo o país.
Enquanto a maioria das igrejas evangélicas opera no subsolo para evitar a fiscalização do governo, a 'Early Rain' pratica abertamente o cristianismo e evangeliza nas ruas.
O ataque de domingo pode ter sido desencadeado por um manifesto de 7.300 palavras, intitulado "Meditações sobre a Guerra Religiosa", que o pastor Wang escreveu e postou nas redes sociais.
Nele, ele condena o Partido Comunista da China e insta os cristãos a realizarem atos que vão contra ordens do governo.
O pastor Wang criticou o governo por forçar seus cidadãos a se engajarem no "culto a César", tratando o presidente Xi Jinping como um deus.
Ele escreveu que a ideologia "é moralmente incompatível com a fé cristã e com todos aqueles que defendem a liberdade da mente e do pensamento".
Esta não é a primeira vez que a igreja 'Early Rain' foi invadida, mas um ancião da igreja disse que o ataque de domingo foi "incomum".
"Esta onda de repressão é incomum, pois parece que as autoridades querem fechar a igreja para sempre. Nossas contas de canal de mídia social como o WeChat não foram fechadas em ações anteriores e eles levaram um grande número de nossos membros detidos desta vez. A escala era inédita", disse Li Yingqiang, um dos anciãos da igreja, ao 'The South China Morning Post'.
Li disse que a igreja continuará a adorar a Deus, apesar da perseguição.
"Mesmo se estivermos reduzidos a nossos últimos cinco anos, a adoração e as reuniões ainda continuarão, porque nossa fé é real", explicou o ancião.
"A perseguição é um preço que vale a pena pagar pelo Senhor. Preferimos viver através dela do que esconder nossa fé e esperamos que mais igrejas chinesas falem e estejam conosco", finalizou