Encontro entre presidentes da Rússia, Irã e Turquia tem relação com as profecias?

Jornalista observa que é impossível ignorar o fato de que a visita de Putin ao Irã ocorreu logo após a visita do presidente Joe Biden a Israel.

Fonte: Guiame, com informações de FaithwireAtualizado: quinta-feira, 21 de julho de 2022 às 14:46
Vladimir Putin, Ebrahim Raisi e Recep Tayyip Erdoğan. (Foto: Reprodução/Kremlin)
Vladimir Putin, Ebrahim Raisi e Recep Tayyip Erdoğan. (Foto: Reprodução/Kremlin)

Uma reunião entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, Ebrahim Raisi, do Irã e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, na última terça-feira (19), no palácio Saadabad, em Teerã, levantou mais uma vez as discussões em torno das profecias em Ezequiel 38

O texto bíblico apresenta um conteúdo que os cristãos apontam como relevante para o fim dos tempos. Mas o que exatamente está acontecendo no cenário político atual que possa ser apontado como cumprimento da profecia?

Em seu artigo no Faithwire, o jornalista e apresentador de TV, Billy Hallowell, que escreve sobre fé, cultura e política, disse que “as pessoas são rápidas em apontar eventos atuais alarmantes dando foco nas profecias bíblicas”. 

Porém, antes de mergulhar nas Escrituras, ele disse que é coerente recapitular os eventos e acontecimentos internacionais que giram em torno do contexto destes países.

O que exatamente está acontecendo entre Rússia, Irã e Turquia?

Primeiro, vale observar que Rússia e Irã estão se aproximando. O jornalista explica que, a rara viagem de Putin ao Irã, nesta semana, aconteceu enquanto há uma guerra da Rússia contra a Ucrânia e tensões com o Ocidente. 

“A viagem de Putin é desconcertante e preocupante por várias razões. Em primeiro lugar, a Rússia e o Irã são evitados por várias nações, principalmente os Estados Unidos”, explicou. 

“Esses países isolados compartilham dessa dinâmica e também de sua busca pelo poder. Além disso, a viagem de Putin parece indicar laços mais estreitos entre os aliados, pois ele se encontrou com o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, antes de se reunir com o presidente turco”, observou. 

Entre outros pontos, o jornalista também disse ser impossível ignorar o fato de que a visita de Putin ao Irã ocorreu logo após a visita do presidente Joe Biden a Israel, uma nação que o Irã tem ameaçado repetidamente

Biden e Israel abordaram as preocupações com o Irã — uma questão global de longa data para a qual nenhuma solução real parece estar na mesa. Leve isso junto com as outras catástrofes e eventos globais que se desenrolam, e há muito o que discutir”, continuou.

“O mundo está em uma conjuntura precária, o que levou muitos pastores e especialistas do fim dos tempos a ponderar abertamente se as profecias bíblicas sobre o fim dos dias estão começando a se revelar”, disse também.

Guerras e rumores de guerras

Para Billy, as palavras de Jesus em Mateus 24, alertando sobre “guerras e rumores de guerras”, pragas e outros elementos semelhantes como sinais do fim dos tempos, fazem sentido com tudo o que vivemos. 

Mas, ele lembra que diversos teólogos são cuidadosos ao discutir essas questões — em especial sobre o relacionamento entre Rússia e Irã. “Esses últimos desenvolvimentos entre os dois países estão colocando lenha na fogueira quando se fala em Ezequiel 38”, citou.

Ao dizer que Ezequiel 38 está em alta nas redes sociais por conta das questões entre Rússia e Irã, o jornalista cita o autor do fim dos tempos, Jeff Kinley, que acredita que o livro apresenta uma profecia que ainda não foi cumprida, sobre Gogue e Magogue.

Sobre Gogue e Magogue

“Muitos acreditam que a profecia faz referência à Rússia, que Gogue é uma pessoa e que será um futuro líder da Rússia — que se acredita ser Magogue”, explicou. 

“De acordo com Ezequiel, este Gogue de Magogue atacará Israel e outras nações parceiras, incluindo a Pérsia — atual Irã. Mas Deus intervirá e derrotará a coalizão”, continuou.

Mas por que muitos especialistas bíblicos acreditam que Magogue é a Rússia? “Kinley explicou algumas razões, incluindo localização geográfica e menções direcionais nas Escrituras”, disse Billy. 

Conforme Kinley: “De uma perspectiva bíblica, sempre que você tem instruções dadas nas Escrituras, você começa com Israel como sendo o centro da bússola”. 

Sobre “as nações vindas dos confins do norte”, ele diz que “se fizer uma linha reta ao norte de Israel, você vai pousar no meio da Rússia”. 

O autor Joel Rosenberg também está entre aqueles que exploraram as profecias do Antigo Testamento sobre o fim dos tempos, levando em conta o potencial da Rússia para se enquadrar no cenário. 

Observações do teólogo

“O profeta hebreu Ezequiel escreveu há 2.500 anos que nos 'últimos dias' da história, Rússia e Irã formarão uma aliança militar para atacar Israel pelo norte”,  escreveu Rosenberg . 

“Estudiosos da Bíblia referem-se a esse conflito escatológico, descrito em Ezequiel 38–39, como a 'Guerra de Gogue e Magogue'. O futuro líder maligno da Rússia, um dia, vai formar uma aliança com o Irã, a Turquia e alguns outros países hostis para cercar e atacar Israel nos últimos dias”, continuou ao explicar o texto que está em Ezequiel 38.14-16. 

Billy Hallowell seguiu com suas explicações dizendo que, à luz desses textos bíblicos, a viagem de Putin ao Irã provocou muitas especulações. “Esses textos já estavam sendo analisados novamente depois que a Rússia invadiu a Ucrânia”, lembrou.

Conclusão

Alguns cristãos veem o encontro entre Irã, Rússia e Turquia como um prenúncio de cumprimento profético. Em contraste, outros lançaram dúvidas sobre essa ideia e acusaram que os eventos atuais poderiam estar se encaixando indevidamente na profecia bíblica.

O jornalista conclui dizendo que “é impossível ter uma resposta definitiva das reuniões de Putin com Khamenei, Raisi e Erdogan.

“Do ponto de vista factual, é compreensível que Ezequiel 38 esteja recebendo atenção nas mídias sociais. Mas os cristãos também devem ter cuidado para não estabelecer datas ou fazer proclamações definitivas sobre o fim dos tempos”, disse.

“O Oriente Médio tem sido um barril de pólvora, e as ações da Rússia na Ucrânia só aumentaram a aposta no caos global, finalizou.

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