O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, recebeu na terça-feira (10) uma delegação de evangélicos americanos na cidade de Jidá, no litoral do Mar Vermelho. Na ocasião, o líder do grupo discutiu o processo de paz entre israelenses e palestinos.
A reunião entre Joel C. Rosenberg e um dos governantes mais poderosos do Golfo Árabe, acontece enquanto a capital saudita Riade tenta aumentar seu alcance com líderes evangélicos, na tentativa de estreitar os laços com Washington.
Rosenberg, um norte-americano com cidadania israelense, liderou a delegação de evangélicos em uma excursão de três dias a Jidá. Este é o segundo grupo de liderança da igreja que ele trouxe para o país muçulmano nos últimos anos.
“Tivemos uma discussão fascinante sobre Israel, os palestinos e o processo de paz. Enquanto o que ele nos disse estava fora do registro, passamos pelo menos 30 minutos de nossa reunião discutindo sobre Israel”, disse Rosenberg ao site Times of Israel.
“Eu disse a ele que adoraria ver nossos dois países fazerem as pazes e estou ansioso pelo momento em que ele esteja pronto para convidar o primeiro ministro de Israel para Riade e estamos prontos para convidá-lo para Jerusalém”, acrescentou.
Rosenberg, que tem dois filhos servindo em unidades das Forças de Defesa de Israel (IDF), contou ao futuro rei saudita a história bíblica da rainha de Sabá, a quem descreveu como uma “mulher poderosa que governava um reino na Península Arábica e decidiu viajar para Jerusalém para criar uma amizade e aliança com Salomão, o rei de Israel”.
Segundo a publicação israelense, Jerusalém e Riade têm laços de segurança clandestinos, pois ambos vêem o Irã como uma ameaça; mas o reino do Golfo não reconhece formalmente o Estado de Israel. Alguns defensores de Israel esperavam que Salman estivesse mais aberto a considerar as relações diplomáticas com Israel, mas ele ainda não fez nenhum movimento em direção ao reconhecimento.
A delegação de nove membros incluía a esposa de Rosenberg, Lynn, que também tem dupla cidadania entre EUA e Israel. Apesar de serem cristãos, o casal imigrou para Israel há alguns anos, com base no direito de retorno devido às raízes judaicas de seu pai.
Promessa de anexação
No mesmo período em que a delegação se reuniu com o príncipe saudita e outras autoridades do país, como o vice-ministro da Defesa e o ministro de Estado das Relações Exteriores, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou sua intenção de anexar assentamentos israelenses na Cisjordânia caso vença as eleições no próximo domingo (17).
Poucas horas após a reunião, a Arábia Saudita emitiu uma nota condenando a decisão de Netanyahu e incentivou outros países a fazer o mesmo. O reino também convocou uma reunião de emergência na Organização para a Cooperação Islâmica para discutir o assunto.
Rosenberg, que chegou a trabalhar para Netanyahu há alguns anos, encontrou-se em uma posição embaraçosa.
A delegação a Jidá foi organizada pela embaixadora saudita nos EUA, a princesa Reema bint Bandar Al Saud. “Durante a reunião, os dois lados enfatizaram a importância de esforços contínuos para promover a coexistência e tolerância e combater o extremismo e o terrorismo”, afirmou o comunicado da embaixada.
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