Na noite de quinta-feira (5), militantes do grupo Fulani atacaram a comunidade Chinke da Nigéria, no distrito de Kwall, matando pelo menos oito cristãos e deixando muitos feridos.
Os fulanis são pastores de cabras que costumam atacar vilas cristãs, normalmente, à noite. De acordo com o Índice de Terrorismo Global, em 2014, mais de 1,2 mil pessoas perderam suas vidas, o que fez com que os fulanis ficassem em quarto lugar na lista dos grupos militantes mais mortais, conforme a Portas Abertas.
Neste último ataque, uma foto da cena mostra duas vítimas mortas, cada uma aparentando ter menos de cinco anos de idade, deitadas lado a lado.
Um representante da International Christian Concern (ICC) está atualmente no hospital com um sobrevivente de dois anos de idade, baleado, cuja mãe foi morta no ataque.
Sobre o ataque mortal
“Os agressores são militantes Fulani com fuzis AK-47. Eles gritaram 'Allahu Akbar' [Alá é o maior] e atiraram aleatoriamente”, disse um sobrevivente.
Antes do ataque, um membro da comunidade com informações sobre a situação emitiu um alerta de segurança: “Planos estão em andamento para atacar o povo Rigwe, a qualquer momento”.
O informante conhecia a localização dos inimigos e detalhes sobre a reunião que planejou o ataque. “Depois de atacar as áreas de Miango e Kwall, eles planejam prosseguir para Kagoro e continuar o caos”, dizia ainda o alerta.
“Tudo isso está no programa deles que visa mandar nosso povo para longe de nossas terras para que possam expandir suas áreas de pastagem e depois ocupar nosso lugar”, continuou.
“Ore para que o Deus de Elias, Josafá e Ezequias venha lutar por nós. Como Deus tratou com os reis orgulhosos dos tempos desses profetas e reis, orem sem cessar para que Deus frustre e derrote os inimigos em todos os seus planos de expansionismo”, o informante pediu.
O silêncio das autoridades
“Estamos nas mãos de Deus e não dependeremos de nenhuma arma”, estas foram as últimas palavras do alerta aos cristãos. Um líder conseguiu chegar à comunidade 15 minutos antes do ataque e resgatou 15 crianças.
Elas ficaram escondidas em sua casa, fora do alcance dos terroristas. As autoridades governamentais, infelizmente, não fizeram nada para impedir o ataque.
“Nós contamos a eles que o ataque aconteceria, mas ficaram em silêncio e permitiram que os fulanis invadissem a comunidade e cometerem os assassinatos”, disse um dos representantes da ICC.
“O governo está em silêncio porque somos cristãos e não muçulmanos”, disse um morador local.
‘Nação mais mortífera do mundo para cristãos’
No ano passado, a Nigéria foi considerada “a nação mais mortífera do mundo para os cristãos”, onde atuam os grupos terroristas Boko Haram, militantes Fulani e comunidades islâmicas extremistas.
“Eles mataram dezenas de milhares de cristãos e deixaram mais de 3 milhões de deslocados em um genocídio de 20 anos”, disse o presidente do TPI (Tribunal Penal Internacional), Jeff King.
“Onde está qualquer ação? O governo nigeriano fala sobre esses ataques da boca para fora sem qualquer resposta significativa. Onde está o clamor? Onde está a ação efetiva?”, ele questionou.
“Na Nigéria, os militares, a polícia e as agências de inteligência são todos controlados por muçulmanos. Isso, juntamente com uma falta de resposta de 20 anos por parte dessas agências, deve naturalmente levar a um questionamento mais profundo por parte da comunidade internacional”, apontou.
“Simplificando, o tempo para conversa fiada e chavões acabou. O mundo está acordando e começando a perguntar: 'O governo nigeriano é cúmplice desses ataques?' O tempo dirá”, ele disse.
Desde 1995, a ICC tem servido a igreja globalmente por meio de advogados, conscientização e assistência aos perseguidos por causa do nome de Cristo. “A ICC existe para curar as feridas dos cristãos perseguidos e para construir a igreja nas partes mais difíceis do mundo”, conclui a organização.