Atleta deixa time de basquete para defender sua fé: ‘À luz da eternidade, não valia a pena’

Quando Leah Church entrou na Universidade da Carolina do Norte (UNC), ela chorou. Sua mãe chorou. Sua irmã chorou.

Fonte: Guiame, com informações da The Gospel CoalitionAtualizado: quarta-feira, 23 de março de 2022 às 16:07
Leah Church jogando no time da Universidade da Carolina do Norte. (Foto: Arquivo pessoal Leah Church)
Leah Church jogando no time da Universidade da Carolina do Norte. (Foto: Arquivo pessoal Leah Church)

Ser aluna da Universidade da Carolina do Norte (UNC) era o sonho de Leah Church. Mas esse desejo parecia tão distante e improvável, que a jovem sequer se candidatou para uma vaga naquela faculdade.

O amor de Leah pela escola era tão grande, que ela tinha roupas da Carolina, festas de aniversário e decoração de quarto com temas vinculados à faculdade.

Em uma entrevista ao The Gospel Coalition, Leah diz que o que chamava mais a sua atenção era o time de basquete feminino. Ela se lembra de dar voltas pela casa aos 7 anos de idade, tentando entrar em forma para jogar basquete lá.

Leah foi educada em sistema de homeschooling pela mãe, que encontrou maneiras criativas para ela jogar – em equipes de educação em casa, equipes de viagem ou equipes de escolas particulares.

A média de pontos de Leah por jogo era 25, com uma porcentagem de arremessos de 47%. Isso indicava que ela era uma boa atleta (A média dos armadores na NBA no ano passado foi de 44 por cento.)

Mas ela conta que “à medida que envelhecia, percebi que seria difícil conseguir uma bolsa de estudos para jogar D1”. D1 são escolas da primeira divisão, como a UNC, que praticam o mais alto nível de esportes universitários.

Por essa razão, Leah desistiu da UNC e assinou contrato com a North Carolina State. “Fiquei meio devastada, mas fiquei tipo, bem, isso tem que ser o plano do Senhor, porque é o que ele colocou diante de mim.”

Sonho vira realidade

No verão, a jovem recebeu um telefonema da UNC. Os treinadores a conheciam do acampamento de basquete, e a ofereceram uma bolsa integral para jogar basquete. “Foi um sonho tornado realidade”, disse Leah. "Foi fantástico."

Ela treinou duro, durante dois anos, melhorando seu jogo. A fé de Leah a diferenciava, e a ajudou a se proteger das pressões seculares que o time, que tinha treinadores cristãos, sofria. Sua famosa treinadora, Sylvia Hatchell, acabou renunciando. O ambiente mudou sob um novo treinador e, no final de seu primeiro ano, Leah se afastou da equipe.

Em entrevista à TGC, Leah contou que aquela fase foi muito difícil, especialmente por estar vivendo seu sonho e ainda pisar “na quadra onde Michael Jordan jogou quando estava na UNC”.

“Quando entrei naquela quadra, era tudo o que eu sempre sonhei”, disse. Sob novo comando técnico, Leah diz que havia uma expectativa de que ela participasse “do estilo de vida de festas e tolerasse coisas que não se alinhassem com minhas crenças bíblicas”.

Desafios

“Eu escolho não beber, e estou escolhendo me guardar para o casamento. Eu disse não a muitas coisas, o que tornou a união da equipe um desafio”, lembra.

Leah diz que no time só ela e outra colega eram cristãs. A outra se demitiu quando a nova comissão técnica entrou.

Sentindo-se solitária, Leah diz que o basquete começou a não ser mais divertido ou agradável para ela.

“Minha mãe me dizia: ‘Luz e escuridão não se misturam. Não é de você que eles não gostam, mas de Cristo em você’. Eu sabia disso, mas isso não tornou as coisas mais fáceis”, conta.

“Quando o treinador saiu com a lista de causas que o time apoiaria, eu sabia que não seria capaz de transigir e ir contra os princípios bíblicos. Decidi, à luz da eternidade, que o basquete não valia a pena”, diz.

Decepção

Apesar da decepção, Leah diz que os ensinamentos bíblicos e de sua família cristã falaram mais alto em suas escolhas.

“Cresci em um lar cristão. Meu pai é um evangelista missionário em tempo integral – ele prega em avivamentos e faz viagens missionárias. Minha mãe escolheu educar minha irmã e eu em casa até o ensino médio para estabelecer o fundamento bíblico que era necessário”, conta.

Leah diz que seu desejo era ser testemunha onde pudesse, inclusive na faculdade.

“Tentei viver minha vida honrando a Deus. Eu sei que há sempre um propósito onde quer que estejamos. Eu não sei por que aconteceu que a treinadora Haskell saiu dois anos em minha carreira quando ela estava lá por 33 anos. Eu sei que não é bom questionar Deus, mas eu questionei isso”, diz.

Leah compartilhou a situação com sua mãe e seu pai. “Oramos e analisamos todas as opções. Em última análise, todos nós sentimos a paz de que era a hora de Deus para eu partir”, lembra.

“Continuei voltando a Tiago 1:12 (“Bem-aventurado o homem que permanece firme na provação”) e Jeremias 29:11 (“Pois eu sei os planos que tenho para você”). Você pode pensar no momento, por que estou desistindo da minha temporada sênior? Mas se você realmente confia em sua soberania e planos, você tem que ir até o final do versículo, onde diz que seus planos são para lhe dar esperança e um futuro”, argumenta.

Leah diz saber que a vida não é fácil para os cristãos. “Para mim, ajudou a pensar na eternidade. E através disso, tive a oportunidade de compartilhar minha fé nas igrejas e com equipes. Consegui usar isso para encorajar os outros a permanecerem firmes porque, no final, é isso que importa”, afirma a jovem.

Ministério

Leah diz que foi difícil acompanhar o time pela TV, ainda mais por ela ser uma pessoa competitiva e não ter alternativas para praticar esportes.

“Como nossas aulas eram todas online, consegui morar em casa e aguentar uma carga mais pesada. Eu me formei cedo, em dezembro. Agora sou assistente técnica do time local de basquete do ensino médio e faço treinamento individual de basquete conforme o tempo permite. Também ajudo meu pai com o FaithFest, que é um festival de música cristã”, relata.

“Você apenas anda na luz que ele te dá. É difícil porque sou uma planejadora, e o Senhor não nos dá todo o plano. Acho que é aí que entra a fé. Na minha história, Deus será fiel, assim como foi na história de Isaque, Abraão ou Rute. Seu coração é verdadeiro. Ele vai ser fiel”, acredita Leah.

Ela diz que a coisa mais importante é estar fundamentado em sua fé. “Isso ajuda a estabelecer em seu coração que você estará disposto a ficar de pé quando as coisas ficarem difíceis, porque as pressões virão”.

“Antes de entrar, decida o que importa, que é a Palavra e seu testemunho”, finaliza.

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